Obras causam prejuízo para lojistas do Crato


Crato. Avaliada em mais de R$ 6 milhões, a obra de requalificação de parte do Centro do Crato tem causado transtornos e prejuízos para comerciantes do trecho compreendido entre a Avenida João Pessoa e Rua Senador Pompeu, considerado o principal corredor comercial da cidade. Segundo lojistas, o projeto foi discutido com representantes da Prefeitura e da Secretaria das Cidades, órgão responsável pela obra, mas alguns aspectos não estão sendo respeitados, acarretando em alguns casos prejuízos superiores a R$ 40 mil por semana.

A obra é da Secretaria das Cidade, do Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura do Crato. Na licitação consta que serão requalificadas quatro praças e aproximadamente um quilômetro de extensão no trajeto compreendido entre a Avenida João Pessoa e a Rua Senador Pompeu. O prazo estipulado é de seis meses e as obras já começaram há 25 dias. O primeiro trecho mal começou e já há atraso. É o que diz o comerciante Ramirez Guedes, dono de uma loja de som automotivo e autopeças na Avenida João Pessoa. "Eles (empresa responsável pela licitação) deram 15 dias para entrar a rua limpa e calçada. Já se foram 25 dias e durante esse período nenhum cliente entrou na minha loja", reclamou, acrescentando que já acumula um prejuízo de R$ 10 mil por semana.

Além dos buracos nas ruas interditando fluxo de veículo, os esgotos estão se acumulando devido às constantes perfurações das máquinas e tratores que retiram a todo instante a camada de asfalto para reposição de tijolos de cimento. As Praças Juarez Távora, também conhecida por Praça São Vicente, Murilo Borges e Bicentenária serão restauradas.

O engenheiro Mateus Rodrigues, da Construtora Borges Carneiro, empresa que ganhou a licitação, explicou que todo o trecho seja revitalizado até o fim de janeiro de 2012. "Pode ser que toda obra seja concluída bem antes. No momento, reconhecemos que há transtornos, mas no final será entregue uma obra que beneficiará a todos". Entre as reclamações dos comerciantes está a falta de espaço para o tráfego de pedestres (consumidores), uma vez que, as calçadas também estão sendo destruídas para dar vez a um modelo único ao longo de todo trecho em obra. "Penso até em fechar as portas enquanto dure essa obra. Na minha porta tem esgoto aberto e as pessoas têm de passar sujando os pés pra entrar aqui. Quase não vem ninguém. É só prejuízo", disse Marden Gama, dono de loja de utensílios domésticos.

A Câmara dos Dirigentes Lojistas do Crato já acionou o representante da cidade na CDL de Fortaleza. Geraldo Pinheiro, vice-presidente da entidade, confirmou que irá acionar a Secretaria das Cidades e a Prefeitura do Crato para tentar acelerar as obras de forma que até dezembro o trecho da Rua Senador Pompeu e da Avenida João Pessoa seja concluído. Para ele, as praças poderiam ficar para uma segunda etapa do projeto. "É necessário que se dê urgência nos trabalhos das ruas, liberando o trânsito de veículos e de pessoas. O comércio não pode acumular tantos prejuízos".

Se entre os comerciantes, a obra de requalificação é só problema, para os transeuntes as opiniões estão dividas. Para alguns, a obra se faz necessária para evitar alagamentos na chuva. Para outros, é desnecessária. "Passo todos os dia por aqui. Até reconheço que no momento é muito ruim. Tem lama, lixo, entulho se acumulando. Mas imagino que depois de pronta não tenhamos mais de conviver com as enchentes como a do início deste ano", disse a bancária Rosalba Duarte.

Paciência

O secretário de infraestrutura do Crato, José Muniz pediu paciência à população, pois o que está sendo feito é em benefício da cidade e lembrou que há mais de duas décadas o Centro não passava por uma reforma ampla como está ocorrendo agora. Já o secretário de Cidades, Camilo Santana, não retornou as ligações da reportagem, mas a Assessoria de Imprensa do órgão estimou que o prazo para o término da requalificação pode ser reduzido, pois os seis meses previstos fazem parte de uma estimativa.

MAIS INFORMAÇÕES 
Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) do Crato
Rua Teopisto Abath, 488, Centro
Telefone: (88) 3586.9000

Flávio Pinto
Repórter

Fonte: Diário do Nordeste

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