Com remédio, estudo revela que a transmissão de HIV entre parceiros é quase zero

Muito coisa mudou desde que a AIDS intrigou o mundo lá na década de 80.

Naquela época, contrair o vírus HIV era visto como uma sentença de morte. Mas 35 anos depois, graças aos grandes avanços da ciência, receber esse diagnóstico não significa colocar um ponto final nos seus sonhos.

Apesar de toda evolução, ainda temos um longo caminho a percorrer no que diz respeito ao compreendimento sobre o vírus. Prova disso é o recente estudo publicado no Journal of American Medical Association (JAMA), que fez uma revelação curiosa, animadora e que surpreendeu a comunidade científica.

O estudo revelou que portadores do vírus HIV que fazem o uso correto dos antirretrovirais (os medicamentos usados no tratamento da doença) não transmitem o vírus aos seus parceiros, mesmo se as relações sexuais forem consumadas sem proteção.

Ou seja, quem detectou ser portador do vírus e toma o remedinho corretamente, não transmite HIV ao parceiro, mesmo se transar sem camisinha.

A Pesquisa
Liderada pelo Dr. Alison Rodger, da Universidade College London, a pesquisa foi realizada em 75 clínicas de 14 países da Europa, entre os anos de 2010 e 2014 e envolveu 900 casais.

Cada um desses casais era formado por um soropositivo e um negativo, sendo que o portador de HIV já fazia o uso correto dos medicamentos por pelo menos seis meses, e após um ano e três meses de pesquisa e muitas relações sexuais sem camisinha (58 mil para ser exato), nenhum dos soropositivos infectou seu parceiro.

Bom, na verdade, onze casais tiveram um dos seus parceiros contaminados, mas desses onze, oito deles admitiu que rolou uma puladinha de cerca. Já os outros três que não admitiram o sexo fora do relacionamento foram pegos pelos exames, que comprovaram que nenhuma das 11 contaminações eram compatíveis molecularmente com a do parceiro. Ou seja, pegou com outra pessoa.

Mas o que isso significa?
Os especialistas Dr. Eric Daar e Dra. Katya Corado, do Centro Médico Harbor-UCLA, que acompanharam o estudo fizeram um alerta importante: os portadores da doença não devem interpretar o estudo no sentido de que seu risco de transmissão é nulo.

“Para os indivíduos que não querem, rotineiramente ou intermitentemente, usar preservativos com um parceiro infectado pelo HIV, os clínicos podem indicar que o risco de transmissão do HIV aparece como pequeno no cenário de supressão viral contínua” – reforça os doutores.

Resumindo, o risco não é zero, mas por enquanto, é considerado como bem pequeno.

Os cientistas envolvidos no estudo ainda revelaram que são necessárias mais pesquisas, com números maiores de casais e com um acompanhamento mais longo dos casos para realmente certificar e concluir que os antirretrovirais também possam funcionar como um método de prevenção à contaminação de casais sorodiscordantes (onde um é negativo e o outro é positivo).

Mas se não está liberado transar sem camisinha, para que serve o estudo?
Antes de tudo, para acabar de vez com o preconceito contra soropositivos. E também para deixar os casais mais tranquilos quanto a transmissão do vírus HIV.

O importante é fazer o exame e, caso esteja contamidado, tomar os remédios corretos – todos gratuitos aqui no Brasil.

Uma outra ação acontece em paralelo, esses mesmos antirretrovirais também estão sendo testados como uma maneira de prevenir a contaminação. O PEP (Prolifáxia Pós-Exposição) e o PrPE (Prolifáxia Pré-Exposição) são tratamentos que utilizam esses medicamentos para prevenir a contaminação de pessoas que tiveram ou terão contatos de risco.

Mas, como o assunto ainda é polêmico, o resultado desses estudos ainda estão sendo divulgados de forma tímida.

Estas pesquisas são realmente importantes para derrubar o tabu que envolve a doença (AIDS) ou o vírus (HIV), e quem sabe extinguir o preconceito que os soropositivos enfrentam diariamente.

E não se esqueça das DSTs, a camisinha não te protege somente contra o vírus HIV. Por isso fica aquele velho conselho: USE CAMISINHA!

Fonte: SOS Solteiros (Fontes consultadas: I-base, G1, Diário Catarinense, JAMA, PrPE Brasil)

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