Sofreu uma decepção amorosa? Veja conselhos que você deve ignorar


Mesmo quando as coisas já não iam bem e a decisão de terminar o relacionamento é de comum acordo, um rompimento sempre traz sofrimento. Nessas horas, o apoio das pessoas queridas é fundamental. No entanto, mesmo o mais ponderado e bem intencionado dos amigos pode dar um fora na tentativa de te consolar. Alguns conselhos mais atrapalham do que ajudam e devem ser filtrados. Veja a seguir quais são os mais comuns e descubra por que nem sempre é bom dar ouvidos a eles.

1 - "ALGUÉM MELHOR VAI APARECER" - Decepção amorosa não tem a ver com alguém ser melhor ou pior, mas, sim, com desencontro. Quem dá esse tipo de conselho provavelmente quer fazer você se sinta melhor, acreditando que viver a dor não seja bom. "É uma forma de evitar que o outro se entristeça demais, substituindo o luto por uma esperança", diz a psiquiatra e psicanalista Helena Masseo de Castro. Mas esse tipo de argumento pode ser recebido de uma forma distorcida. "A pessoa em uma situação de dor pode entender que a sua escolha não foi adequada e que todos enxergavam isso, menos ela. Com isso, ao invés de se deter em momentos que valeram a pena e seguir em frente, ela pode fixar sua tristeza em episódios pouco amistosos e buscar no próximo relacionamento um nível de perfeição exagerado", afirma a psicóloga Lizandra Arita. A pessoa precisa viver o luto pela perda que sofreu. "E para muita gente é difícil pensar em outra relação, pois ainda não finalizou aquela, emocionalmente falando", fala a psicoterapeuta Carmen Cerqueira César.

2 - "VOCÊ PRECISA SAIR E RECUPERAR O TEMPO PERDIDO" - Essa é outra frase, mesmo ouvida por alguém querido, pode magoar, pois também dá a impressão de que você viveu um relacionamento que não passou de perda de tempo. Mas o fato de um relacionamento ter chegado ao fim não significa que foi em vão, por isso, não se martirize. "Todo o relacionamento, por pior que seja, tem coisas boas... Pense que foi bom enquanto durou, porque na prática costuma ser assim mesmo", declara a psicoterapeuta Carmen Cerqueira Cesar. Pensando assim, a relação fica armazenada como uma vivência importante, representando mais uma etapa da vida, com aprendizado, felicidade e evolução.

3 - "POR QUE VOCÊ NÃO DÁ UMA CHANCE PARA FULANO(A)?? - Outra frase muito comum ouvida pelos que acabaram de ficar solteiros, e que não ajuda muito. "É mais uma tentativa de escamotear a dor por uma suposta alegria que dificilmente dará certo", declara a psiquiatra e psicanalista Helena Masseo de Castro. Tentar se atirar nos braços daquele que sempre demonstrou um certo interesse, mas não lhe parece muito interessante, é uma artimanha simplista que pode causar ainda mais danos, além de magoar quem não merece. "Você pode acabar engatando um novo romance para esquecer o anterior. Só que, como está frágil, pode embarcar numa canoa furada. Não se trata de uma escolha, e sim de uma tábua de salvação", explica a psicoterapeuta Carmen Cerqueira Cesa. É preferível dar um tempo e, se mais para a frente rolar algo, acontecerá de forma natural.

4 - "SE JOGA NO TRABALHO QUE A DOR E A SAUDADE PASSAM" - Quem leva ou dá um fora tem que trabalhar, fazer suas tarefas cotidianas, se esforçar para retomar a rotina... Isso é saudável, porém, tudo o que é excessivo acaba sendo prejudicial, inclusive trabalhar. A atividade profissional pode ficar comprometida e as chances de cometer um erro é grande. Para a psiquiatra Helena Masseo de Castro, no entanto, o que menos importa nessa situação é o emprego ser prejudicado. "O mais perigoso é a vida emocional ficar comprometida. Se não conseguirmos viver nossas perdas e superá-las, ficamos estacionados no mundo, não amadurecemos. É preciso enfrentar as coisas e exercitar a tolerância às frustrações", conta. Para a psicóloga Lizandra Arita, quando uma pessoa mergulha no trabalho na ânsia de esquecer um fato ou circunstância da vida, ela corre o risco de desequilibrar todas as outras áreas. "E aí, em vez de passar pelo processo de cura emocional de uma forma equilibrada, pode desregular sua vida e seus sentimentos", diz.

5 - "VOCÊ PRECISA MUDAR O VISUAL, SE INSCREVER NUM CURSO, FAZER COISAS NOVAS" - Você está no meio de um furacão. Será que modificar algo e sair da zona de conforto é mesmo uma boa dica? Não seria melhor dar um tempo e colocar os pensamentos em ordem? Ficar no próprio canto, digerindo a decepção, é uma maneira de compreender o que aconteceu e respeitar o próprio tempo. Arrume a desorganização interna com calma e, aos poucos, procure preencher o tempo com atividades prazerosas, mas não antes de se sentir bem para isso. "E os amigos têm de respeitar seu ritmo. Claro, podem sugerir atividades, mas respeitando o processo pelo qual quem rompeu uma relação está passando, ajudando-o a colocar as coisas em suas devidas gavetinhas e sendo bons ouvintes", afirma a psicoterapeuta Carmen Cerqueira Cesar. Outro ponto importante é que pessoa que recebe um conselho como esse pode questionar: a minha aparência está tão ruim que afastou a pessoa que eu amo? Minha capacidade intelectual é baixa? Deixei a rotina tomar conta da minha vida? Não é nada disso. Recupere-se e, quando achar que lhe fará bem, pense se você quer realizar alguma transformação.

6 - "ESSA PESSOA NÃO MERECE SEU SOFRIMENTO. VALORIZE-SE!" - Quando você escuta um conselho desses, fica pensando em duas coisas: que foi feito de bobo por alguém que não dava a mínima para você e, pior, acaba se sentindo na obrigação de não demonstrar seus sentimentos. Se quem te deu esse conselho é seu amigo de verdade, saiba que a intenção não é fazer você se sentir assim, mas apenas a de que você reconheça que tem valor. Pode até ser que você descubra que a pessoa com quem você se relacionava não era digna do seu amor, mas o momento do rompimento não é hora para se questionar sobre isso. O melhor é não atropelar nada e passar pelo processo chamado "fases do luto", que abrange cinco períodos distintos: negação, raiva, barganha (uma tentativa desesperada de retomar o que foi perdido), depressão e aceitação. "É fundamental que cada um aprenda a tirar proveitos das próprias experiências, independentemente das circunstâncias", diz a psicóloga Lizandra Arita.

Fonte: UOL

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