Licença paternidade será equiparada à licença maternidade

O governo de centro-esquerda da Finlândia, liderado por mulheres, planeja conceder aos pais o mesmo tempo de folga remunerada que as mães recebem A licença-paternidade será estendida dos atuais 2,2 meses para quase sete meses, em conformidade com a licença-maternidade. Atualmente, mães têm 4,4 meses e pais, 2,2, além de outros seis meses que podem ser distribuídos de acordo com a vontade do casal. Pelo novo sistema, cada um terá 6,6 meses, podendo transferir um para o outro só 69 dias. As mulheres grávidas terão direito a um mês de licença antes da data prevista do nascimento.

A ministra da Saúde e Questões Sociais, Aino-Kaisa Pekonen, disse que o objetivo da “reforma radical” era melhorar a igualdade de gênero e aumentar a taxa de natalidade, que está em declínio. 

— Isso permite maior igualdade entre os pais e diversidade entre as famílias — afirmou.

Queda de um quinto
Outra preocupação — expressa na proibição de transferir mais de 69 dias da licença — é que os dados indicam que somente 25% dos pais aproveitam todo o tempo que têm de licença-paternidade. No mês passado, a premier Sanna Marin reclamou que os pais estão passando pouco tempo com seus filhos quando eles são crianças.

O número de recém-nascidos na Finlândia caiu cerca de um quinto entre 2010 e 2018, para apenas 47.577 bebês em um país com cerca de 5,5 milhões de pessoas. Pekonen disse que outras nações, como Suécia e Islândia, tiveram aumento nas taxas de natalidade depois de oferecerem mais tempo de licença aos pais.

A coalizão de cinco partidos da Finlândia, todos liderados por mulheres, das quais quatro têm menos de 35 anos, assumiu o poder em dezembro e fez da igualdade de gênero uma prioridade. 

Falando na 50ª reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, no mês passado, a primeira-ministra Sanna Marin pediu que Estados e empresas façam mais para garantir que as mulheres sejam tratadas de maneira justa, destacando que a igualdade de gênero “não acontece por si só”. 

Um governo finlandês de centro-direita anterior tentou reformar a licença parental em 2018, mas acabou rejeitando a ideia por ser muito cara.

Pekonen argumentou que uma distribuição mais igualitária da carga de trabalho doméstica entre os casais provou ser capaz de diminuir o risco de divórcio. 

— A longo prazo, também melhora a igualdade na vida profissional e nos salários, ao orientar os pais a usar uma proporção maior da licença paternidade do que antes — disse ela. 

Fonte: O Globo

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