Centro Cultural do Cariri está com inscrições abertas para oficina de xilogravura

Incentivando a produção de saberes e a salvaguarda do patrimônio cultural da região do Cariri cearense, o Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo abre inscrições para o módulo I da oficina de Introdução à Xilogravura, com o artista José Lourenço, integrante da Lira Nordestina. A atividade acontece de 11 a 15 de julho, das 9h às 11h, é gratuita e os interessados podem se inscrever por meio de formulário eletrônico.

Neste mês, o equipamento estará promovendo a ativação do Ateliê de Artes e Ofícios, a fim de potencializar os saberes tradicionais, contribuindo para o desenvolvimento de pesquisas, interações e criações de artistas, mestres e mestras da cultura popular. A oficina, que integra essa proposição, será dividida em dois módulos durante os meses de julho e agosto.

No primeiro módulo, será apresentado a trajetória da xilogravura no Cariri, suas técnicas e processos, desde a criação e entalhe da matriz, até a impressão, contemplando também seus aspectos históricos. Ao todo serão 15 vagas e podem se inscrever pessoas com idade mínima de 15 anos.

O que é a xilogravura?
A xilogravura é um entalhe numa placa de madeira, que pode ser coberto de tinta e impresso. Permitindo assim a reprodução de um desenho e um texto, em várias cópias iguais. A primeira xilogravura com registro datado é chinesa, do século 9, uma oração, o “Sutra do Diamante”. No Ocidente, a técnica se difundiu durante a Idade Média, para a reprodução de imagens de caráter religioso.

No século 13 e 14, usou-se muito xilogravura para fazer cartas de baralho. A tipografia surge ao mesmo tempo, criando o livro impresso em madeira, e depois evolui para o tipo móvel em metal, na Coreia.

Conheça a Lira Nordestina
Em 1926, o poeta mascate José Bernardo da Silva chegou a Juazeiro do Norte e o que se espalhava na cidade era o ofício de criar versos. O escritor tornou-se proprietário da Tipografia São Francisco e, em 1930, comprou sua primeira impressora, produzindo seus próprios folhetos e de outros poetas da região. A tipografia ganhou novo impulso em 1949, ganhando dimensão de negócio. A pleno vapor, imprimiu folhetos, orações, novenas e almanaques, o que em meados do século XX lhe rendeu a posição de maior folheteria do país.

Na década de 1980, a tipografia teve todo seu acervo e maquinário comprados pelo Governo do Estado do Ceará, já sob a nova nomenclatura, Lira Nordestina, atualmente gerida Universidade Regional do Cariri (Urca).

José Lourenço e outros xilógrafos trabalham cotidianamente e a produção de xilogravura supera a publicação de cordéis. Atualmente, o espaço é localizado no Vapt Vupt do município e mantém viva a prática e a memória dos tempos em que mandava para vários lugares do Brasil seus versos embalados, conectando o nordeste com o mundo.

Sobre o facilitador
A história de José Lourenço atravessa a da Lira Nordestina e vice-versa. O artista começou no ofício da xilogravura no início da década de 1980, com incentivo de seu avô Pedro Gonzaga. Atualmente é um dos representantes da resistência desse saber fazer e da sua sua manutenção, sendo fio condutor para novos artistas da gravura em madeira.

Na sua obra, desenvolveu o álbum “Vida do Padre Cícero” em 1990, que foi premiado pelo XLII Salão de Abril. “Vida e poesia do Patativa do Assaré”, “Via Sacra”, “Lira Nordestina” e “Gonzagão”, são algumas de suas principais produções.

Serviço:

Módulo I – Oficina Introdução à Xilogravura com José Lourenço
Quando? 11 a 15 de julho
Onde? Ateliê de Artes e Ofícios do Centro Cultural do Cariri
Horário? 9h às 11h
Formulário de inscrição no link

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