Covid não acabou, e vacinação continua fundamental, diz ministra da Saúde

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse nesta sexta-feira (5) que a Covid-19 não acabou e que a vacinação continua fundamental mesmo após a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarar que a doença não é mais uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional.

"O fim da declaração de emergência não significa o fim da circulação da Covid-19. Por isso, a vacinação segue como ação fundamental. Precisamos da mobilização de todos para ampliar a cobertura vacinal e combater a desinformação que questiona a segurança e a eficácia dos imunizantes", declarou.

No Brasil, a Covid-19 provocou mais de 700 mil mortes e 37,4 milhões de casos. "Jamais nos esqueceremos das vidas perdidas. Essa memória tem que nos alimentar na reparação da dor, porque precisamos fazer isso, mas, ao mesmo tempo, da união pelo futuro, para que novas tragédias como essa não se repitam", acrescentou a ministra.

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, diz considerar esta sexta-feira um dia histórico. Contudo, ela afirmou à Folha que nada muda para o Brasil. As recomendações da pasta devem continuar sendo seguidas.

Ethel também publicou um vídeo nas redes sociais para falar sobre o tema. "É um dia histórico, um filme que passa na minha cabeça. Mas, para todos nós do Brasil, temos que continuar seguindo as recomendações do Ministério da Saúde, nada muda nas nossas recomendações. Nós só chegamos neste momento por causa das vacinas, é fundamental que nós continuemos a nossa vacinação, que possamos continuar com nossos cuidados, principalmente com os mais vulneráveis", disse.

A indicação de que uma doença representa uma emergência de saúde global se dá por um comitê formado frente a uma possível ameaça. Os membros desse conselho se reúnem e aconselham o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, sobre a situação, se representa ou não uma emergência a nível global.

No caso da Covid, isso ocorreu em 30 de janeiro de 2020. Desde então os membros do comitê mantinham a posição de que a infecção continuava representando um risco mundial. Isso mudou somente com a última reunião, ocorrida nesta quinta (4), em que o grupo observou que a doença não representa mais uma preocupação para a saúde pública a nível mundial.

Adhanom descreveu a decisão como esperançosa. "Eu aceitei esse conselho [do comitê]. É, portanto, com grande esperança que declaro o fim da Covid-19 como uma emergência de saúde global", afirmou.

Mas o diretor disse que a doença continua representando um risco. "Com isso, não significa que a Covid-19 acabou como uma ameaça global à saúde."

Segundo ele, é necessário manter medidas já conhecidas contra o vírus, como vacinação, além de outros meios já aplicados no controle de outras doenças. "O que esta notícia significa é que é hora de os países fazerem a transição do modo de emergência para o gerenciamento da Covid-19 juntamente com outras doenças infecciosas."

No Brasil, o até então ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou em cadeia nacional, em abril do ano passado, o fim na emergência sanitária provocada pela Covid-19.

"Essa medida, no entanto, não significa o fim da Covid-19. Continuaremos a conviver com o vírus. O Ministério da Saúde permanece vigilante e preparado para adotar todas as ações necessárias para garantir a saúde dos brasileiros em total respeito à constituição federal", disse, na ocasião.

O fim da Espin (Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional) atendia a um desejo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de reforçar o discurso de que venceu a crise sanitária. A decisão havia desagradado gestores estaduais e municipais de saúde.

A Espin dá lastro ao uso emergencial de vacinas, compras sem licitação e outras regras ligadas à pandemia.

Fonte: Folhapress
 
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