Vigilância Sanitária interdita 22 estabelecimentos em Juazeiro do Norte e Barbalha

Bares e restaurantes abertos fora do horário permitido, mesas reunindo pessoas acima do recomendado, funcionários e clientes sem máscaras e “festas ao ar livre”. Esse cenário se tornou comum no interior do Ceará. Com o aumento dos casos de Covid-19 e, consequentemente, da ocupação de leitos, a fiscalização foi intensificada em Juazeiro do Norte e Barbalha. Apenas em fevereiro, foram 22 estabelecimentos comerciais interditados nos dois municípios.

Maior cidade do interior, Juazeiro do Norte é a segunda do Estado em  número de casos confirmados de Covid-19: 17.741, segundo o último boletim da Secretaria de Saúde do Município. As ações de fiscalização na cidade já resultaram em nove interdições, além de 19 notificações e duas multas. 

“Como mudou muito o horário, estas primeiras fiscalizações foram em caráter de orientação”, ressalta o coordenador da Vigilância Sanitária de Juazeiro, Everton Alves. “A partir dessa semana, caso haja desobediência, vamos agir de forma mais enérgica e notificar. Mas, primeiro, pediremos a adequação”, reforça. Restaurantes que excederam o limite de clientes, por exemplo, foram interditados por até sete dias. Em caso de reincidência, podem passar por nova inspeção.

A Vigilância Sanitária atua em Juazeiro com apoio de fiscais da Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos do Município (Semasp), Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental e Polícia Militar. “No início, atendíamos muitas denúncias no Centro, Aeroporto, Lagoa Seca e Pirajá. Já em fevereiro, estamos descentralizando por toda a cidade”.

Barbalha 
Na cidade vizinha, em Barbalha, que soma 3.197 casos da doença, a Vigilância Sanitária iniciou uma operação, desde o Carnaval, com blitze noturnas. Ao todo, 13 estabelecimentos foram interditados, superando Juazeiro do Norte. 

De acordo com Alex Sampaio, que compõe o setor de Fiscalização do Comitê de Trabalho para Enfrentamento do Novo Coronavírus, os principais problemas encontrados nestes locais são: funcionamento fora do horário permitido e superlotação. Duas lojas de conveniência também estão de portas fechadas, pois, permitiam o consumo de alimentos e de bebidas alcoólicas.

“As pessoas saíam para o bar e, quando fechava, iam para as lojas e formava aquele tumulto”, detalha Sampaio, citando que, “nas últimas semanas, temos percebido uma certa resistência ao uso de máscara, principalmente na zona rural e áreas periféricas”. 

Cenário crítico
As aglomerações acontecem em um momento delicado, quando a macrorregião do Cariri vem apresentando um crescimento na taxa de ocupação da UTI. Hoje (22), de acordo com a plataforma IntegraSUS, da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), das 101 vagas, 77,98% estão preenchidas. No caso da UTI adulta, o número ainda mais preocupante: 85,77%. Há um mês, a taxa de ocupação era de 64,89%, sendo 66,3% nos leitos adultos.  

Conforme o imunologista Cícero Inácio, em um momento crítico como o atual, é imprescindível manter o isolamento social e os cuidados de higiene. “As medidas devem ser reforçadas constantemente, porque ainda não sabemos tudo sobre este vírus. As festas devem ser evitadas para evitar transmissão”.

A situação dos leitos também preocupa: “Se chegar a ter uma quantidade (de casos graves) maior que o sistema suporta, pode vir pessoas a morrer”, alerta.  

Por Antônio Rodrigues

Fonte: Diário do Nordeste

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