O fotógrafo Allan Bastos tem procurado, como ele mesmo define, andar um pouco na contramão do processo dos avanços tecnológicos, olhando para o resgate da história dos equipamentos fotográficos. Ele diz que a Casa Gino é a base de uma história que foi bem representativa em Juazeiro do Norte. "Importante registrar o que ainda tem de valor nessa atividade e trazer o lambe-lambe para que as pessoas conheçam", ressalta ele. No Brasil são diversos grupos que ainda atuam com a fotografia popular e a sua esperança é que um dia o Cariri possa ter um festival de lambe-lambe. No Brasil há ainda alguns grupos.
As múltiplas linguagens da fotografia popular estão sendo experimentadas por esses admiradores de uma arte que perdura. Mesmo diante dos celulares com suas câmeras, como diz Chico Alagoano, que também se dedicou à arte de produzir as velhas máquinas de retrato lambe-lambe. A fotógrafa Nívia Uchoa, veterana no Cariri, também não hesitou em montar a sua conservada máquina, para aderir ao dia dedicado às caixas que registraram boa parte da história de personagens dos rincões do sertão.
Valéria Laena destaca toda uma história dedicada de alguns estudiosos e o envolvimento de instituições, como o Dragão do Mar, Serviço Social do Comércio (Sesc), além dos fotopintores, fotógrafos populares, imbuídos na tarefa de não deixar a história do monóculo, fotopintura e lambe-lambe apenas no passado. São exposições, vivências, oficinas, onde as pessoas têm a oportunidade de conhecer esse trabalho mais de perto. O estúdio passa a ser montado no próprio local da exposição.
Um rico acervo que se construiu, com pesquisadores como o historiador Titus Riedl, já esteve em exposição na Pinacoteca de São Paulo, além do Dragão do Mar e outros espaços. Já está basicamente pronta. Serão homenageados alguns profissionais, a exemplo de João Braz, que participou do filme Central do Brasil, já falecido.
ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER
Fonte: Diário do Nordeste
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