Canal do Granjeiro não está pronto para próximo inverno


Próximo de completar um ano da destruição do Canal do Rio Granjeiro pelas fortes chuvas ocorridas no mês de janeiro, pouco foi feito para reconstruir o cenário de desastre no entorno da área. O prazo para a entrega da reconstrução do Canal, que era de 90 dias, expirou. Até agora, com um atraso de mais de 30 dias, a Construtora Coral, que foi a contratada pelo Departamento Estadual de Rodovias (DER), executou apenas a primeira etapa da reconstrução. No local, foram feitas as correções das erosões nos taludes do canal e a recuperação do entorno das pontes que ligam os Bairros do Pimenta ao Seminário e a da Rua Rui Barbosa.

A conclusão das restaurações das erosões e a pavimentação de seguimentos das ruas laterais está prevista para a segunda etapa do projeto. Porém, o Governo do Estado ainda irá realizar a licitação, não há previsão para a data do certame. Após a enchente, a população residente na área convive com o medo de novas catástrofes e se preparam para combater a água caso volte a chover na mesma proporção do início do ano. Para a obra de reconstrução, que recebeu a classificação de emergencial, o Mistério da Integração Nacional liberou uma verba de mais de R$ 2 milhões, porém, até agora, apenas R$ 520 mil foram investidos. A ordem de serviço que foi dada no dia 11 de abril estabeleceu a conclusão em um período de 90 dias. Mas, a ocorrência de outras chuvas atrasaram o cronograma e a obra só foi retomada no início do mês de maio.

O atraso na reconstrução poderá ser ainda maior se o Governo do Estado não agilizar a licitação para a conclusão da reestruturação do canal. A grande preocupação da população é com a aproximação da quadra invernosa, pois nesse período, quando ocorrem chuvas de grande intensidade, as águas superficiais chegam ao centro urbano em um curto intervalo de tempo e com grandes velocidades, o que poderá ocasionar outras tragédias. No início do ano, 50 famílias ficaram desalojadas. O Corpo de Bombeiros alerta que, caso ocorram grande precipitações, o canal poderá voltar a transbordar e causar outras catástrofes. Segundo o capitão Leioni Grangeiro, a população que reside ao entorno do canal deve ficar atenta durante o período chuvoso. "Dependendo do volume de chuvas, podem ocorrer outros desabamentos. As pessoas que moram na área do canal devem ter cuidados com os riscos causados pelas enchentes", recomenda.

Na primeira etapa do projeto que recompôs parte do desastre, foram colocados os gabiões, que são caixões feitos de tela de arame cheios de pedras, servirão para substituir as paredes do canal que foram destruídas pelas águas. Todo o material utilizado na obra foi aplicado de acordo com as especificações do projeto. O DER está fiscalizando a execução dos serviços e o cumprimento de tudo o que é acordado em contrato.

Segurança
Para o engenheiro fiscal do DER, Francisco Adailton Leite, a capacidade hidráulica do canal já foi superada. Ele afirma que o problema não é estrutural e revela que todo o serviço de reconstrução do canal foi realizado com qualidade. "Tudo o que já foi feito na reconstrução do cenário traz segurança para a população, devido ter sido executado de acordo com as técnicas da engenharia. Por mais que se reconstrua todo o canal, ele nunca irá resolver completamente o problema de drenagem da cidade", conta.

As seções anteriores do canal não estão sendo seguidas. De acordo com o secretário de Infraestrutura do Município, José Muniz, a Prefeitura ainda não recebeu o projeto de reconstrução do canal. De acordo com ele, já foram feitas várias cobranças ao DER sobre explicações a respeito do modo de execução do projeto. "Sabemos que essa é uma situação emergencial que merece cuidado. Estamos esperançosos que o Estado dê alguma explicação sobre a vazão do Rio Granjeiro e o direcionamento das paredes dos gabiões", afirma Muniz.

MAIS INFORMAÇÕES 
Corpo de Bombeiros no Crato
Bairro Pimenta, (88) 3102.1253
DER, Rua. Coronel Antônio Luiz, 1161 Bairro Pimenta, (88) 3102.1202

Yaçanã Neponucena
Repórter

Fonte: Diário do Nordeste

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