Estudante é a primeira mulher do Cariri no ITA

Os estudantes cearenses, nos últimos anos, têm conseguido desempenhar papel de protagonistas no vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), com sede em São José dos Campos (SP), e considerado um dos mais concorridos do País.

Ano após ano, os altos índices de aprovação se repetem. Em 2017, por exemplo, 30% das 110 vagas do ITA serão de cearenses, que mesclam superação e dedicação em tempo quase integral para atingirem o principal objetivo: a aprovação.

Dos 33 aprovados na última edição do vestibular - ficando atrás apenas do Estado de São Paulo em número de aprovação - , está uma jovem de 19 anos. Ela será a primeira mulher da Região do Cariri a ingressar no ITA, conforme informou o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), onde ela cursou os dois primeiros anos do Ensino Médio, no campus de Juazeiro do Norte.

Maria Scarlleth Gomes de Castro foi uma dos 12 mil inscritos. Deste total, apenas ela e mais dez mulheres lograram êxito na prova. O talento da jovem, entretanto, não é algo recente. Tampouco chega a causar surpresa a quem acompanhou a trajetória de Scarlleth e sua rotina diária de estudos. Segundo conta, nos últimos meses que antecederam a prova, foram, em média, 14 horas de estudo por dia.

Antes, porém, Scarlleth, que é apaixonada por música, foi aprovada em Medicina, Direito, Arquitetura e duas vezes no Instituto Militar de Engenharia (IME). Mas foi o ITA a grande escolha da jovem. "O ITA abre muitas portas, muitas oportunidades, muitos horizontes", conta a estudante que, ao se formar, pretende sair do Brasil para trabalhar com algo relacionado à Ciência e à Pesquisa.

O professor Ricardo Ferreira da Fonseca, do IFCE, destaca a história de vida da jovem, que perdeu o pai aos cinco anos de idade, ao pontuar que "ela teve que superar muito, se dedicar, driblar as condições financeiras da mãe e hoje o resultado chegou. Ela é exemplo, espelho".

Sua mãe, Francineide Castro, conta que, devido à perda do esposo, "foi difícil criá-la sozinha", mas sempre apoiou e incentivou os estudos da filha que, aos 16 anos, foi morar em Fortaleza, ao ganhar uma bolsa de estudo como premiação por ter sido a primeira colocada na Olimpíada de Química. "Quando ela me disse que queria ir se preparar melhor em Fortaleza, muitas pessoas opinaram e foram contra, mas era o sonho dela, só me restava apoiar e hoje tenho a certeza de que valeu a pena", acrescenta.

ANDRÉ COSTA
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

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