O salário mínimo no Brasil passará a ser de R$ 1.621 a partir de 1º de janeiro de 2026, conforme publicação do governo federal no Diário Oficial da União, nesta quarta-feira (24). O novo piso nacional representa um reajuste de 6,8%, pouco mais de R$ 100 em relação ao valor anterior, que era de R$ 1.518.
📊 Regra de reajuste garante ganho real
De acordo com a legislação atual, o salário mínimo é reajustado anualmente com base em dois critérios:
- a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado em 12 meses até novembro;
- o crescimento da economia brasileira de dois anos anteriores — neste caso, o desempenho de 2024 — limitado ao teto de 2,5% ao ano, em função das regras fiscais.
A combinação desses fatores assegura aumento real do poder de compra, diferentemente do que ocorria nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, quando o reajuste se limitava à reposição inflacionária.
🏛️ Avaliação do Dieese
Em nota técnica, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) afirmou que o modelo anterior teve efeitos negativos sobre o poder de compra dos trabalhadores.
“Esse modelo teve efeitos adversos sobre o poder de compra em contexto de inflação relativamente elevada”, apontou o Dieese.
Segundo o órgão, entre 2020 e 2022, a simples reposição da inflação não foi suficiente para compensar o aumento dos preços, especialmente dos alimentos, que cresceram acima da média e impactaram de forma mais intensa as famílias de baixa renda.
💰 Salário mínimo e custo de vida
A Constituição Federal estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir necessidades básicas como moradia, alimentação, saúde, lazer, higiene e transporte. No entanto, de acordo com cálculos do Dieese, o valor necessário para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.067,18 em novembro de 2025 — cerca de 4,3 vezes o novo piso nacional.
📈 Impacto econômico
Ainda segundo o Dieese, aproximadamente 62 milhões de brasileiros têm rendimentos atrelados ao salário mínimo. Com o reajuste para R$ 1.621, a estimativa é de que haja um incremento de R$ 81,7 bilhões na economia, impulsionando consumo e renda em diversos setores.
Por Nicolas Uchoa

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