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Documentos revelam que Meta ocultou pesquisas internas sobre impactos negativos à saúde mental de jovens

Documentos judiciais revelam que a Meta ocultou evidências internas que apontavam impactos negativos de seus produtos na saúde mental dos usuários, especialmente entre crianças e adolescentes. Entre os materiais anexados ao processo, está um estudo conduzido pela própria empresa — o “Projeto Mercúrio” — que indicava que pessoas que deixaram de usar o Facebook por uma semana relataram menor depressão, ansiedade, solidão e comparação social. Após as conclusões desfavoráveis, o projeto foi interrompido e os resultados não foram divulgados.

Estudo interrompido e defesa da empresa
Em comunicado divulgado no sábado, o porta-voz da Meta, Andy Stone, afirmou que o estudo foi interrompido por supostas falhas metodológicas e que a empresa tem atuado para melhorar a segurança de suas plataformas.

A Meta é alvo de uma ação movida pelo escritório Motley Rice, que inclui também Google, TikTok e Snapchat. O processo representa distritos escolares de várias regiões dos Estados Unidos e acusa as empresas de ocultarem riscos conhecidos internamente sobre os efeitos de suas plataformas em crianças e adolescentes.

Principais acusações
O documento judicial destaca que as empresas teriam:

  • Incentivado o uso das plataformas por crianças menores de 13 anos;
  • Falhado no combate a conteúdos de abuso sexual infantil;
  • Trabalhado para aumentar o tempo de uso das redes por adolescentes, inclusive em horário escolar;
  • Financiado organizações voltadas ao público infantil para que defendessem publicamente a segurança de seus produtos.

Acusações específicas contra a Meta
As acusações contra a Meta são mais extensas e detalhadas. Documentos internos citados no processo afirmam que:

  • A empresa permitia que usuários fossem flagrados até 17 vezes tentando traficar pessoas para exploração sexual antes de serem removidos — um “limite de infrações muito, muito, muito alto”, segundo um dos registros;
  • Recursos de segurança para jovens eram deliberadamente projetados para serem ineficazes ou pouco usados;
  • A Meta sabia que aumentar o engajamento de adolescentes resultava na oferta de conteúdos mais prejudiciais, mas manteve a estratégia;
  • A empresa teria atrasado, por anos, medidas para impedir que predadores contatassem menores, temendo impacto no crescimento da plataforma;
  • Equipes de segurança foram pressionadas a justificar internamente decisões de não agir contra riscos conhecidos.

Menor prioridade à segurança infantil
Uma mensagem de texto enviada em 2021 por Mark Zuckerberg é citada no processo. Nela, o CEO afirma que não colocaria a segurança infantil como prioridade máxima, pois estaria mais focado em outras áreas, como o desenvolvimento do metaverso. Segundo o documento, ele também ignorou pedidos de Nick Clegg, então chefe de políticas públicas globais, para ampliar recursos na área de proteção de menores.

Contestação da Meta
A Meta contesta as acusações e afirma que o processo distorce os esforços da companhia na criação de ferramentas de segurança para adolescentes e pais. A empresa argumenta que seus mecanismos de proteção são eficazes e que vem ampliando investimentos nesse segmento.

Os documentos internos citados no processo permanecem sob sigilo, e a Meta ingressou com uma moção para retirá-los dos autos. Uma audiência sobre o caso está marcada para 26 de janeiro, no Tribunal Distrital do Norte da Califórnia.

Por Nicolas Uchoa

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