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Emagrecimento com segurança? Especialista esclarece verdades e mitos sobre Ozempic, Wegovy e Mounjaro

Com promessas de perda de peso sem precedentes, os chamados agonistas de GLP-1 — como Ozempic, Wegovy e Mounjaro — vêm ganhando popularidade entre pacientes e profissionais de saúde. Mas, ao lado do sucesso clínico, surgem receios: enjoo intenso, risco de cegueira e perda de músculos. Afinal, o que é fato e o que é exagero?

Para responder, o médico endocrinologista Felipe Andrade, analisou os principais pontos de atenção.

🤢 Efeitos gastrointestinais: “Desconforto é comum, mas manejável”
“Quase todo paciente vai sentir náusea, dor abdominal, refluxo ou indisposição nos primeiros meses, principalmente durante o ajuste de dose. Mas isso costuma melhorar com o tempo”, explica o médico. Ele reforça que monitoramento médico é indispensável, especialmente em pacientes com histórico de gastrite ou refluxo.

Também são observados sonolência e vômitos em algumas pessoas, especialmente quando há abuso alimentar ou consumo de álcool durante o uso da medicação.

🧠 Cegueira e problemas oculares: “Risco existe, mas é raro”
Um tema recente e polêmico envolve a neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica (NOIANA). A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) identificou associação rara entre a doença e a semaglutida (princípio ativo de Ozempic e Wegovy), com até 1 caso em 10 mil pacientes.

“É um alerta importante, principalmente em diabéticos tipo 2 mal controlados, que já têm maior risco ocular”, pontua o endocrinologista. “Mas não é motivo para alarde: o risco absoluto é muito baixo e monitorável.”

💪 Perda de massa muscular: “Não é culpa do remédio”
Um dos maiores medos de quem emagrece rapidamente é a sarcopenia (perda de massa magra). Mas, segundo Felipe, esse risco não vem do medicamento em si: “Toda perda de peso causa algum grau de perda muscular. O que previne isso é manter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios de força. Não existe atalho.”

🔥 Risco ao pâncreas: “Contraindicação clara para quem já teve pancreatite”
Esses medicamentos aumentam a secreção de insulina pelo pâncreas. Por isso, quem já teve pancreatite não deve usar agonistas de GLP-1. A contraindicação está expressa na bula. “Essa é uma precaução padrão, baseada na hiperestimulação pancreática, que pode ser prejudicial a quem já tem fragilidade nesse órgão”, explica.

👶 “Ozempic babies”: fertilidade aumentada?
O termo viralizou nas redes sociais, com relatos de mulheres engravidando após uso de medicamentos como Ozempic. A explicação médica, segundo o especialista, é simples: “Não há comprovação de que esses remédios aumentem a fertilidade. Mas, ao emagrecer, a mulher pode voltar a ovular, o que eleva naturalmente as chances de gravidez, especialmente em casos de síndrome dos ovários policísticos.”

Por precaução, algumas agências internacionais recomendam métodos contraceptivos não orais, já que o uso da medicação pode provocar vômitos e diarreia, interferindo na absorção da pílula.

⚠️ Conclusão: “Não existe milagre sem responsabilidade”
O médico resume o cenário com um alerta: “Esses medicamentos são revolucionários, sim, mas não são isentos de efeitos colaterais. O segredo está no uso responsável, aliado a acompanhamento médico, reeducação alimentar e prática de exercícios. Fora disso, é risco.”

Com menos de 10 anos de uso no Brasil, os agonistas de GLP-1 seguem sob farmacovigilância ativa. Até aqui, os dados apontam para bons resultados com segurança, desde que respeitados os protocolos clínicos.

📌 Recomendações:

✅ Procure um endocrinologista antes de iniciar qualquer uso;
✅ Evite automedicação, especialmente em busca de emagrecimento rápido;
✅ Mantenha hábitos saudáveis para preservar massa muscular;
❌ Não ignore efeitos adversos prolongados — eles merecem avaliação imediata.

Por Heloísa Mendelshon

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