O Hospital Regional Vale do Jaguaribe (HRVJ), em Limoeiro do Norte, está atualmente tratando 117 pacientes com cânceres que atingem o aparelho digestivo, como parte do total de 1.358 pacientes oncológicos atendidos pela unidade. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (29), data em que se celebra o Dia Mundial da Saúde Digestiva, com o objetivo de alertar a população sobre os sinais e fatores de risco das doenças que afetam o sistema digestivo.
Entre os pacientes em tratamento para esse tipo de câncer, 10 têm diagnóstico de câncer de estômago, 23 são gástricos, 36 têm câncer de orofaringe e 48 enfrentam câncer de reto.
✅ Diagnóstico precoce eleva chances de cura
O hospital destaca que o diagnóstico precoce é essencial para o sucesso do tratamento. Um exemplo de superação é o do mecânico Alvaci Nogueira, de 69 anos, morador de Aracati. Ele foi o primeiro paciente do HRVJ a receber alta após tratamento de um câncer de estômago, no início de 2024.
“Estou muito feliz com essa nova fase. Todos aqui em Aracati me perguntam como é o hospital e eu digo que é de primeira qualidade. O atendimento é ótimo, e os profissionais são muito atenciosos e cuidadosos”, relatou Alvaci, que segue em acompanhamento trimestral.
🔬 Fatores de risco mais comuns
De acordo com o oncologista Bruno Águila, do HRVJ, os principais fatores de risco para os cânceres do sistema digestivo incluem:
- Tabagismo e consumo excessivo de álcool
- Alimentação rica em ultraprocessados e embutidos
- Baixa ingestão de fibras
- Sedentarismo e obesidade
- Infecções por Helicobacter pylori (câncer de estômago) e HPV (câncer de orofaringe)
- Histórico familiar de câncer
O médico destaca que o câncer colorretal (reto e cólon) é o mais comum entre os do sistema digestivo e o terceiro mais diagnosticado no mundo, além de ser a segunda principal causa de morte por câncer, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
🥦 Alimentação: aliada na prevenção e no tratamento
A nutricionista Jamille de Lima Santos, do HRVJ, reforça que os cânceres digestivos comprometem diretamente a nutrição do paciente, exigindo acompanhamento profissional rigoroso durante o tratamento.
“É indispensável o acompanhamento de um nutricionista antes de qualquer mudança alimentar. Situações clínicas específicas determinam a dieta adequada para cada paciente”, explicou.
Ela alerta que, em muitos casos, será necessário restringir alimentos que irritam o trato digestivo, como:
- Carnes processadas
- Fast food
- Pizzas prontas
- Refrigerantes e sucos industrializados
- Biscoitos recheados e salgadinhos
Por outro lado, Jamille recomenda uma alimentação saudável e variada, com ênfase em:
- Frutas, legumes e verduras
- Cereais integrais
- Feijões
- Carnes magras
Essa alimentação equilibrada ajuda a fortalecer o sistema imunológico, minimiza os efeitos colaterais do tratamento e melhora a qualidade de vida do paciente.
❤️ Alimentação também é conforto
Além do papel nutricional, a alimentação tem impacto emocional e social na vida do paciente. Por isso, comer bem é cuidar do corpo e da mente, finaliza a especialista.
“Adotar uma alimentação saudável não só contribui para a prevenção do câncer, como também promove um bem-estar geral da população”, destacou Jamille.
Por Bruno Rakowsky
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