O ministro Luís Roberto Barroso anunciou, nesta quinta-feira (9), sua aposentadoria do Supremo Tribunal Federal (STF). O comunicado foi feito no encerramento da sessão plenária do tribunal, em Brasília. Aos 67 anos, Barroso poderia permanecer na Corte até 2033 — quando completaria 75 anos, idade limite do serviço público — mas optou por encerrar antes sua trajetória no Judiciário.
“Sinto que agora é hora de seguir outros rumos, que nem sei se estão definidos. Não tenho qualquer apego ao poder e gostaria de viver um pouco mais a vida que me resta, sem as disposições, obrigações e exigências públicas do cargo — com mais literatura e poesia”, afirmou o ministro, visivelmente emocionado.
Decisão foi comunicada há dois anos
Durante o pronunciamento, Barroso fez questão de afastar especulações políticas sobre sua decisão. O ministro declarou que sua saída não tem relação com o atual cenário nacional e revelou que já havia informado antecipadamente sua decisão ao presidente da República.
“Deixo o tribunal com o coração apertado, mas com a consciência tranquila de quem cumpriu a missão de sua vida. Não carrego arrependimentos”, declarou.
O ministro explicou que comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sua intenção de se aposentar há cerca de dois anos, reforçando que a mudança é fruto de escolha pessoal.
✒️Trajetória no Supremo
• Ingressou no STF: 2013
• Nomeação: indicado pela então presidente Dilma Rousseff
• Substituiu: ministro Carlos Ayres Britto, aposentado em 2012
• Presidência do STF: de 2023 a 2025
• Sucessor na presidência: Edson Fachin
Barroso teve atuação marcante na Corte em julgamentos de grande repercussão nacional e presidiu o Supremo pelos últimos dois anos, deixando o comando na semana passada.
📚 Carreira acadêmica e jurídica
Antes de chegar ao Supremo, Barroso construiu uma sólida trajetória no campo do Direito:
• Doutor em Direito Público pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)
• Professor titular de Direito Constitucional na Uerj
• Autor de diversos livros e artigos jurídicos
• Procurador do Estado do Rio de Janeiro antes de ser ministro do STF
Por Heloísa Mendelshon
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