Três dias após ter um pedido de cassação rejeitado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), o prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos), voltou a ser alvo da Justiça Eleitoral e teve o mandato cassado por abuso de poder político e econômico durante a campanha de reeleição em 2024. A sentença, divulgada nesta segunda-feira (30), também determinou a inelegibilidade do prefeito por oito anos e a realização de novas eleições no município.
A decisão foi proferida pelo juiz Gustavo Henrique Cardoso Cavalcante, titular da 28ª Zona Eleitoral, e ainda cabe recurso. Até que o julgamento em segunda instância ocorra, Glêdson segue exercendo o mandato normalmente, assim como o vice-prefeito Tarso Magno (Podemos), também cassado na mesma ação.
📍 Entenda a acusação
A ação foi movida pela coligação Fé, União e Trabalho, liderada pelo deputado estadual Fernando Santana (PT), segundo colocado nas eleições municipais. A coligação acusa a gestão de Glêdson de ter ampliado de forma suspeita os gastos com benefícios sociais em ano eleitoral, como a distribuição de cestas básicas, óculos, próteses dentárias e aparelhos auditivos, visando obter vantagem política.
Segundo o magistrado, as provas no processo comprovam o uso deliberado da estrutura do Executivo municipal em benefício das candidaturas dos investigados:
"Assim, resta sobejamente comprovada, pelas razões acimadas, a utilização da máquina pública, assim como de recursos financeiros públicos, a favor das candidaturas dos investigados, promovendo desequilíbrio no pleito e influenciado no resultado das urnas em 2024", conclui o magistrado.
📌 Decisão prevê:
- Cassação dos mandatos de Glêdson Bezerra e Tarso Magno
- Inelegibilidade do prefeito por 8 anos
- Realização de novas eleições em Juazeiro do Norte
🗣️ Glêdson Bezerra diz que vai recorrer
Por meio de nota, o prefeito reagiu à decisão: “Recebo com tristeza, mas também com serenidade, a decisão proferida pela Justiça Eleitoral de Juazeiro do Norte. Tenho plena consciência da responsabilidade que assumimos diante da população e, por isso mesmo, reafirmo que recorreremos da decisão em segunda instância, com a confiança de que a verdade prevalecerá”, afirmou.
🔎 Outros processos
Esta é uma das três ações eleitorais movidas contra Glêdson e Tarso Magno. No primeiro processo, sobre supostos benefícios a servidores públicos durante o período eleitoral, a Justiça Eleitoral julgou a acusação improcedente tanto em primeira quanto em segunda instância. Na última sexta-feira (27), o TRE-CE rejeitou o recurso por unanimidade (7 votos a 0).
O processo que gerou a cassação desta segunda-feira (30) envolve especificamente o uso de recursos públicos para distribuição de benefícios sociais em ano eleitoral. Um terceiro processo, com acusações semelhantes, ainda está pendente de julgamento.
Por Nágela Cosme
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