Um importante marco na preservação do patrimônio paleontológico do Ceará: quatro fósseis históricos serão repatriados ao Brasil, com destaque para exemplares originários da Bacia do Araripe, uma das mais ricas em fósseis do mundo.
O termo de devolução foi assinado na última sexta-feira (13), em Berlim (Alemanha), durante o Colóquio Brasil-Alemanha de Paleontologia: Ciência, Cooperação e Diplomacia para o Futuro. A cerimônia contou com a presença da secretária da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Sandra Monteiro; do secretário do MCTI, Inácio Arruda; e da diretora do Museu Nacional de Hannover, Claudia Andratschke.
“Os fósseis, que datam de centenas de milhões de anos, representam uma riqueza científica e histórica inestimável para o Brasil e, claro, para o nosso estado”, destacou Sandra Monteiro.
🧬 Fósseis que serão devolvidos:
🐟 Vinctifer comptoni – peixe que viveu há 115 milhões de anos na Formação Santana (Bacia do Araripe/CE);
🐠 Notelops – espécie de peixe com nadadeira raiada que existiu há 110 milhões de anos no Nordeste;
🐊 Mesossaurídeo (Mesosaurus tenuidens ou Stereosternum tumidum) – réptil aquático da Bacia do Paraná, com 280 milhões de anos;
🌱 Tronco silicificado de gimnosperma – vestígio de flora primitiva de grande relevância científica.
O colóquio em Berlim reuniu autoridades e cientistas do Brasil e da Alemanha para discutir a cooperação científica em paleontologia, geoparques e popularização da ciência. Estiveram presentes representantes dos ministérios da ciência dos dois países (MCTI e BMFTR), da Comissão Alemã da UNESCO, da Sociedade Senckenberg, do Museu de Hannover, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens e o prefeito de Santana do Cariri.
🐟 Outro fóssil já retornou ao Ceará
Além dos quatro fósseis previstos no novo acordo, o Brasil já recebeu, no último 11 de junho, o fóssil da espécie Rhacolepis buccalis, um peixe ósseo extinto que viveu entre 113 e 119 milhões de anos atrás, também na Bacia do Araripe.
A peça foi apreendida pela polícia italiana e repassada ao Museu de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri (URCA), em ação coordenada pelo Itamaraty e autorizada pela Justiça da Itália.
A entrega oficial ocorreu durante o VI Seminário Internacional da Bacia Cultural Sociobiodiversa da Chapada do Araripe – Patrimônio da Humanidade, reforçando o papel do Ceará na liderança da preservação paleontológica nacional.
Por Heloísa Mendelshon
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