O Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo, em Crato, promove o Censo dos Tesouros Vivos da Cultura – Edição Cariri, em parceria com a Casa de Saberes Cego Aderaldo.
O Censo tem como intuito mapear e atualizar informações sobre mestres, mestras, grupos e coletividades reconhecidos, contribuindo significativamente com a política dos Tesouros Vivos da Cultura do Ceará, no mapeamento dos mestres residentes na região do Cariri. Nesta etapa, foram realizadas mais de 40 entrevistas de campo nos meses de maio e junho, abrangendo os municípios de Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Nova Olinda, Potengi, Assaré, Tarrafas, Aurora, Mauriti, Porteiras e Missão Velha.
Com metodologia baseada nos parâmetros do IBGE e adaptada às especificidades culturais do território, o Censo coleta dados sobre identificação, religião e/ou culto, escolaridade, saúde, habitação, trabalho, rendimentos e, principalmente, sobre os modos de transmissão dos saberes tradicionais. A pesquisa resulta em um banco de dados, que poderá subsidiar políticas públicas mais justas e efetivas para a valorização da cultura popular.
“Desenvolvemos uma metodologia a ser aplicada com base nos princípios dos censos oficiais do IBGE, buscando rigor, precisão e transparência, adaptando essa metodologia à realidade sociocultural dos mestres e mestras da cultura, considerando suas especificidades territoriais, culturais e modos de vida. A pesquisa tem como objetivo mapear as condições de vida, o acesso a direitos, os desafios e as necessidades desses mestres e mestras, para que a Secretaria da Cultura, possa, de forma concreta, fortalecer e qualificar a Política dos Tesouros Vivos do Ceará”, afirma Jaiane Cruz Sousa, autora do Censo e coordenadora pedagógica da Casa de Antônio Conselheiro
A etapa Cariri foi realizada como continuação da pesquisa executada pela bolsista Jaiane Cruz Sousa, atual Coordenadora da Casa de Antônio Conselheiro, quando ainda integrava o Núcleo Educativo da Casa de Saberes Cego Aderaldo. As duas instituições também participaram da aplicação da primeira edição do Censo, realizada em 2023, e da aplicação no Cariri.
A pesquisa, prevista para finalizar no mês de agosto, será socializada no Mestres do Mundo de 2025, em um momento de partilha pública com os tesouros vivos, instituições parceiras e comunidade em geral.
Política dos Tesouros Vivos da Cultura
Com mais de 20 anos de existência, o Registro dos Mestres da Cultura Tradicional Popular (Lei 13.351/2003), é uma ação pioneira no Brasil, ao reconhecer e fomentar os saberes e fazeres tradicionais da cultura popular. O aperfeiçoamento da política veio com a Lei Estadual 13.842, de 27 de novembro de 2006, que instituiu o registro dos “Tesouros Vivos da Cultura” no Ceará, normatizando o processo de seleção.
O programa reconhece mestres, mestras, grupos e coletividades como detentores de saberes e fazeres das culturas tradicionais e populares. Os mestres e mestras são valorizados como difusores das tradições, da história e da identidade do povo cearense, atuando na transmissão de seus conhecimentos às novas gerações.
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