MPCE aponta suspeita de manipulação em jogo do Cearense; jogo entre Caucaia e Crato é um dos investigados pelo TJDF-CE

O coordenador do Núcleo de Desporto e Defesa do Torcedor (Nudtor), do Ministério Público do Ceará (MP-CE), Edvando França, explicou no programa Esportes do POVO, da rádio O POVO CBN, nesta terça-feira, 25, que há fortes indícios de que houve acerto financeiro em suposta manipulação na partida entre Crato e Caucaia, no Campeonato Cearense. O duelo entre as equipes ocorreu no último dia 18, quando a Raposa venceu por 3 a 1.

"O TJDF (Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol do Ceará) tomou iniciativa em relação ao jogo entre Crato e Caucaia. As evidências são fortes de acerto financeiro. O Nudtor há muito tempo vinha trabalhando nesse problema. Ano passado determinamos abertura de investigação em relação ao Caucaia e Barbalha. Esses dois procedimentos estão em tramitação, em fase investigativa. O terceiro veio surgir agora neste ano. Nós não vamos permitir que essa história prossiga", comentou o promotor.

Edvando explicou como seria feito a manipulação. Ele ressalta que a lei federal (13.756), de 2018, que criou as apostas esportivas no Brasil não está totalmente regulamentada. O promotor comentou que há combinações prévias sobre ações que vão acontecer na partida. O apostador sabe, por exemplo, que um pênalti acontecerá em determinado momento do jogo. "A fraude consiste em ajuste prévio com atleta. Se tem problema presidente, dirigente (envolvido) é outro assunto. A fonte do crime está na preparação, no acerto prévio", disse ele.

Por enquanto, o promotor ressalta que não há elementos para a pausa do campeonato. "Precisamos agir com responsabilidade. Os áudios são gravíssimos que confessam a existência do crime. Resta saber se essa pessoa já foi identificada, e ela já foi. Ontem (24) mesmo tive uma reunião com o procurador geral da Justiça Manuel Pinheiro. Estamos traçando diretrizes conjuntas para que a gente tenha uma eficácia mais rápida."

A reportagem procurou Crato e Caucaia para abordar o assunto. Ambos não quiseram se manifestar no momento, mas a equipe da Região Metropolitana de Fortaleza disse que "está aberta a colaborar com qualquer tipo de investigação, caso as esferas jurídicas e esportiva determinem". 

Por Lucas Mota

Fonte: O Povo

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