Covid-19: Anvisa libera CoronaVac para crianças e jovens entre 6 e 17 anos

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou hoje a liberação do uso da vacina contra a covid-19 da CoronaVac em crianças e jovens de 6 a 17 anos. Por unanimidade, os cinco diretores do órgão votaram favoravelmente à aprovação durante videoconferência para avaliar um pedido para uso emergencial do imunizante feito pelo Instituto Butantan.

Inicialmente, o Butantan pediu autorização para vacinar crianças a partir de 3 anos, mas a Anvisa alegou falta de estudos suficientes que comprovem a eficácia para essa faixa de idade, e decidiu validar a aplicação da vacina da CoronaVac apenas em crianças com idade a partir de 6 anos.

Na prática, a faixa etária que pode ser vacinada no Brasil não muda, mas, com a aprovação da CoronaVac para crianças, haverá oferta maior de vacinas. O Instituto Butantan já tem armazenado 10 milhões de doses prontas.

Até hoje, apenas a vacina da Pfizer estava liberada para crianças a partir de 5 anos, mas as doses vêm desembarcando no Brasil em remessas vindas do exterior em quantidade ainda insuficiente para imunizar todas as faixas de idade infantil.

Como será a vacina da CoronaVac para crianças e jovens?

• Mesma formulação aplicada em adultos;
• Mesma dose adulta: 600 SU em 0,5 mL;
• Duas doses no intervalo entre 2 e 4 semanas
• Faixa etária: 6 a 17 anos;
• Não aplicar em crianças imunocomprometidas, ou seja, com baixa imunidade.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou na última terça-feira que a CoronaVac para crianças seria incluída no plano nacional de imunização se fosse aprovada, mas a questão ainda será analisada pela pasta.

Logo após a aprovação, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que iniciaria "imediatamente a vacinação" no estado. "Esperamos imunizar toda garotada em, no máximo, 3 semanas", escreveu em suas rede sociais.

Como foram os votos que aprovaram a CoronaVac para crianças
Responsável por estudar os documentos enviados pelo Instituto Butantan, a Gerencia-Geral de Medicamentos recomendou aos diretores da Anvisa a aprovação do uso da CoronaVac em crianças.

"A totalidade das evidências cientificas sugerem que há beneficio e segurança para uso na população pediátrica", afirmou o gerente-geral de Medicamentos, Gustavo Mendes, que lembrou não haver "tratamentos medicamentosos aprovados para população abaixo de 12 anos".

Antes de seu voto, a diretora e relatora do tema, Meiruze Sousa Freitas, lembrou que a vacina aprovada da Pfizer "não está em quantidade suficiente para atender a demanda no primeiro trimestre: 20 milhões de crianças com duas doses".

Sobre o voto, a relatora afirmou ter levado em consideração a avaliação dos setores técnicos da Anvisa e a opinião das sociedades médicas consultadas, que "permitiu a essa relatoria que, ressalvadas incertezas ainda existentes, os benefícios potenciais da CoronaVac superam os riscos potencias inerentes a essa vacina. Dessa forma, estou convicta de que ela atende aos critérios necessários para o uso emergencial pediátrico de 6 a 17 anos em crianças não imunocomprometidos."

"Pelo esforço e considerado voto por aprovar o uso emergencial e temporário para crianças com 6 anos ou mais e adolescentes até 17 anos não imunossuprimidos.'
Meiruze Sousa Freitas, relatora

Segundo a votar, o diretor Alex Machado Campos afirmou que "vacina salva e ignorância mata". Voltou a considerar os pareceres favoráveis das sociedades médicas e científicas e a utilização da CoronaVac no Brasil e no exterior.

"Considerando que os benefícios superam os riscos associados, eu acompanho o voto da relatora pelo uso emergencial da CoronaVac para a população pediátrica de 6 a 17 anos, ressaltando os imunossuprimidos e invocando o direito das crianças à vacina", afirmou.

O diretor Romison Rodrigues Mota, terceiro a votar, seguiu o voto dos colegas, aprovando a utilização da coronaVac para crianças.

Ele mencionou o agravamento de casos e complicações da covid-19 entre pessoas não vacinadas ou com vacinação incompleta, considerou "todos os benefícios de proteção já comprovados" e os dados da vida real e a utilização de 210 milhões de doses em crianças em diversas partes do mundo, como no Chile.

"Acompanho a relatora e voto pela aprovação pela socilitação para uso do uso de CoronaVac em crianças", afirmou ele, ao reforçar o uso entre crianças de de 6 anos e 17 anos desde que não sejam imunossuprimidos.

A diretora Cristiane Rose Jourdan Gomes lembrou em seu voto que, além de reduzir internações e mortes, a vacina infantil tem o potencial de "também previnir a covid-19 longa" e "de impactar na circulação geral da Sars-cov-2".

Ela concluiu "acompanhando integralmente o voto da diretora relatora Meiruze Sousa Freitas".

Último a votar, o diretor presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, também aprovou o uso infantil da CoronaVac:

"Meu voto é de acompanhar integralmento o voto da relatora Meiruze Sousa Freitas."
Antonio Barra Torres, diretor presidente da Anvisa

Histórico
O Butantan já havia tentado a liberação do imunizante para crianças em julho do ano passado. Na ocasião, porém, a Anvisa rejeitou o pedido, argumentando que ainda faltavam dados sobre a eficácia e a segurança da vacina para o público-alvo.

Em janeiro deste ano, a Anvisa passou a apreciar um segundo pedido do Butantan, a partir de novas informações enviadas pelo instituto. Na semana passada, técnicos da agência se reuniram com infectologistas e pesquisadores do Chile, país onde o imunizante já vem sendo aplicado em crianças.

Fonte: UOL

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