Você está com depressão? Saiba como identificar e pedir ajuda

A depressão tem uma ampla gama de sintomas, desde uma tristeza leve, que de certo modo afeta a vida de muitas pessoas, até o surto psicótico provocado por frustração ou raiva.

A consternação é às vezes uma causa da depressão e pode ser considerada uma depressão situacional. Mas os sintomas, em geral idênticos aos da depressão, normalmente desaparecem em semanas ou meses.

A depressão leve e crônica que não nos impede de agir, mas que rouba a alegria do dia a dia, é chamada de distimia. Enquanto isso, a depressão maior ou clínica é caracterizada por sintomas debilitantes. Pensamentos suicidas indicam um quadro grave.

Esse transtorno ocorre duas vezes mais em mulheres do que em homens, mas é igualmente comum entre meninos e meninas. Descubra mais sobre depressão e conheça seus sintomas e tratamento.

Nem tudo está na mente
A depressão ocorre quando as substâncias químicas responsáveis por regular o humor no cérebro (neurotransmissores) – a serotonina, a dopamina e a noradrenalina – ficam desequilibradas por fatores biológicos ou ambientais. 

Mas ela não é uma doença apenas do cérebro. A maioria das pessoas acometidas apresenta distúrbios corporais, tais como fraqueza muscular e perda de energia. A doença pode vir mascarada como enxaqueca, dor generalizada ou problemas digestivos.

A qualidade do sono normalmente é ruim, e aqueles que sofrem de depressão costumam acordar cedo e ter insônia. A depressão também pode vir a contribuir em condições como fadiga crônica ou fibromialgia.

Quando buscar ajuda
É importante reconhecer que a depressão é uma doença real que precisa de tratamento real: não presuma que as pessoas deprimidas simplesmente precisam superar. 

Às vezes é possível lidar com a depressão falando dos problemas com os familiares ou com os amigos. Se, no entanto, ela persistir e começar a interferir no cotidiano, é hora de procurar um médico. Todas essas sensações podem ser a manifestação física de um desequilíbrio químico no cérebro, e o uso de medicamentos pode ser necessário para restabelecer o equilíbrio. O médico pode indicar ainda a psicoterapia.

Alguns dos sintomas são:

• Retraimento social;
• Perda do interesse ou do prazer em atividades outrora comuns;
• Baixa ou mudanças nos níveis normais de energia;
• Ter pensamentos suicidas.

Relate ao médico sobre mudanças recentes na sua vida que também podem estar contribuindo para a depressão, já que todo plano de tratamento precisa levar esses fatos em consideração. Se a solidão for a raiz do motivo de se sentir para baixo, por exemplo, simplesmente tomar remédio não vai resolver. 

Às vezes a depressão pode estar relacionada a uma condição médica, como Parkinson ou derrame.

A depressão nos idosos 
Muitos acham que a depressão é uma parte natural do envelhecimento. Nem tanto! Embora os mais velhos lidem com muitas mudanças e perdas, a capacidade de enfrentar as coisas, na verdade, aumenta com a idade. Cerca de 3% dos mais velhos sofrem de depressão maior e outros 15% apresentam sintomas de depressão que não atendem aos critérios de depressão maior. 

Muitos médicos ainda não foram treinados para observar a ocorrência em idosos, e, embora os antidepressivos possam ter algum efeito, vários casos ficam sem tratamento. 

A depressão pode acompanhar muitas das doenças médicas crônicas comuns em pessoas mais velhas. A perda de independência por incapacidade ou doença também pode contribuir para a depressão nos idosos, e as sensações de solidão e isolamento podem ser exacerbados à medida que amigos e entes queridos morrem. 

O uso de vários medicamentos é outro fator. Remédios para pressão arterial, hipnóticos e alguns analgésicos e fármacos para artrite podem desencadear depressão.

Doença vascular e depressão
Muitos casos de depressão em idosos estão relacionados a doença vascular, que pode causar derrames e ataque cardíaco. Se a depressão ocorrer pela primeira vez em uma pessoa acima de 50 anos, é muito importante que ela passe por uma bateria de exames, faça uma tomografia para verificar se há mudanças vasculares no cérebro e, em alguns casos, realize um exame detalhado de cognição. Medidas para controlar os fatores de risco devem ser incorporadas ao tratamento.

É depressão ou demência?
Em pessoas mais velhas, a depressão às vezes pode mimetizar a demência e vice-versa. Ambas as doenças compartilham sintomas como perda de memória, perda de interesse pelos hobbies, excesso de sono (ou insônia) e dificuldade de concentração.

A depressão é caracterizada por rápido declínio mental, dificuldade de concentração, além de fala e movimentos mais lentos do que o normal. Pode haver perda de memória de curto prazo, mas o indivíduo tem bastante consciência disso.

Já a demência tende a envolver um declínio mental lento, sentimentos de confusão ou desorientação, problemas óbvios com a escrita, a fala e os movimentos, além daqueles envolvendo a memória de curto prazo e da falta de consciência deles.

Embora as pessoas com histórico de depressão antes dos 60 anos sejam mais propensas a desenvolver a doença de Alzheimer do que aquelas que nunca estiveram deprimidas, essa relação ainda não está clara. Danos aos vasos sanguíneos decorrentes de doenças cardiovasculares também podem predispor à depressão e à doença de Alzheimer e até ser a ligação entre elas. 

Se você ou um ente querido for diagnosticado com demência, é importante descartar primeiro o diagnóstico de depressão.

Como é o tratamento para depressão?
O tratamento para a depressão depende da causa e da gravidade dos sintomas. Cerca de 15% dos casos são consequência de condições médicas subjacentes, como perda auditiva não identificada, diabetes, câncer ou hipotireoidismo. O tratamento destas é fundamental, mas a depressão “secundária” em geral requer o uso de medicamentos. O médico deve sugerir pelo menos um dos itens a seguir.

Antidepressivos
Há mais de 20 drogas disponíveis para tratar a depressão. Algumas delas, por exemplo, podem dar ânimo àqueles que se sentem apáticos, enquanto outras são boas para quem sofre de ansiedade.

Da mesma forma, respostas individuais a uma mesma droga podem variar, então é necessário buscar em conjunto com o médico o melhor tratamento. No entanto, tenha paciência: a recuperação de um episódio grave de depressão pode levar de 6 a 12 meses.

Terapia
Falar sobre os seus problemas, principalmente com um terapeuta, pode ser muito útil. O clínico geral também pode recomendar a terapia cognitivo-comportamental (TCC) com um psicólogo. O objetivo é ajudar você a identificar os padrões de fala negativa e contraproducente para substituí-los por pensamentos e comportamentos positivos.

Exercícios
A prática de exercícios moderados a intensos, aeróbicos ou de força, três vezes por semana, pode ser tão eficaz em adultos mais velhos quanto a terapia-padrão com o uso de medicamentos.

Busque um psicólogo
O psicólogo é especialista em comportamento humano, com ênfase no diagnóstico de doenças mentais e no tratamento de quadros como depressão, ansiedade e transtornos alimentares. Auxilia na mudança de comportamento sem o uso de medicamentos. 

Um psicólogo clínico trabalha especificamente com avaliação e tratamento de problemas de saúde mental. Analisa fatores de personalidade e de desenvolvimento, histórico do paciente e tudo que influencia seu comportamento e maneira de pensar. 

Já os neuropsicólogos clínicos lidam especificamente com diagnóstico e tratamento de pessoas com doenças que afetam o cérebro após um derrame, como transtornos de humor, demência e mudanças cognitivas.

Qualificações
Um psicólogo registrado passa 4 a 5 anos na faculdade e faz estágio supervisionado de formação. Os psicólogos clínicos e os neuropsicólogos ainda podem ter nível de mestrado ou doutorado. Indicação Um clínico geral, um psiquiatra ou um pediatra podem indicar a terapia com um psicólogo. A maioria das consultas é particular, mas alguns planos de saúde cobrem a terapia, e há também a opção de atendimentos gratuitos em postos de saúde ou em faculdades e universidades.

Primeira visita
É comum os psicólogos realizarem uma entrevista minuciosa para saber o histórico de educação, de trabalho, médico, familiar e de relacionamentos.

Acompanhamento
Algumas pessoas precisam apenas de poucas sessões de terapia, enquanto outras frequentam um psicólogo por muitos anos. Para um neuropsicólogo, pode ser necessária apenas uma visita, que pode durar várias horas. Em alguns casos, tanto as sessões de terapia quanto o uso de medicamentos podem ser necessários.

Para obter mais informações, visite o site da Sociedade Brasileira de Psicologia ou acesse o Conselho Federal de Psicologia (CFP) para ver uma lista dos psicólogos cadastrados e quais são os conselhos regionais.

Fonte: Seleções

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