Bolsonaro diz que três empresas sairiam da Argentina para o Brasil, mas elas negam e ele apaga post em rede social

O presidente Jair Bolsonaro publicou na madrugada desta quarta-feira em uma rede social (6) que a L’Oreal , a Honda e a MWM , uma fábrica de motores, haviam anunciado o fechamento de fábricas na Argentina e a instalação no Brasil. As empresas negaram a transferência das fábricas. A publicação foi apagada algumas horas depois.

No post, Bolsonaro justificou a mudança das empresas pela suposta “confiabilidade do investidor” no Brasil e disse que as novas fábricas trariam mais emprego ao país.

“MWM, fábrica de motores americanos, a Honda, gigante de automóveis, e a L’Óreal anunciaram o fechamento de suas fábricas na Argentina e instalação no Brasil. A nova confiabilidade do investidor vem para gerar mais empregos e maior giro econômico em nosso país”, dizia a publicação.

Apesar do presidente ter voltado atrás e apagado o post, oito horas depois, seu assessor especial, Arthur Weintraub, insistiu no tema na mesma rede social:

"Empresas grandes fechando fábricas na Argentina e se transferindo pro Brasil. Isso é confiabilidade. Investimento que vai aumentar empregos no País. Agora imagine se não fosse o PR Bolsonaro no governo. Imagine se fosse um que grita "enjaulado livre" presidente. Na Argentina tem."

Em nota, a Honda informou que anunciou em agosto deste ano que deixaria de produzir automóveis na Argentina em 2020, mas que a produção de motocicletas continuaria. Com isso, nenhuma fábrica seria fechada. Segundo a empresa, não há previsão de trazer fábricas para o Brasil.

A L'Óreal Brasil disse, em nota, que a informação de que a empresa fecharia uma fábrica na Argentina para transferir a produção para o Brasil é de um artigo publicado na imprensa em 2001. Ainda segundo a nota, a L'Óreal fabrica seus produtos em parceria com uma empresa local e não tem planos de mudar a situação. 

Questionada, a MWM divulgou uma nota de 27 de setembro em que informava que fecharia suas operações na cidade de Jesus Maria, em Córdoba, no dia 1º de outubro. Na mesma nota, ela informa que o suporte dos produtos do Mercosul seria realizado pela operação brasileira.

A Argentina é o principal sócio do Brasil no Mercosul e o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, sendo ainda o principal comprador de produtos industrializados brasileiros. Bolsonaro fez campanha pela reeleição do presidente Mauricio Macri, e desde a campanha vem aatacando o agora presidente eleito Alberto Fernández, que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como vice. O brasileiro chegou a chamá-los de "bandidos de vermelho" e previu que argentinos fugiriam para o Brasil caso eles vencessem.

Depois da vitória de Fernández, em 27 de outibro, Bolsonaro demonstrou irritação pelo fato de o argentino ter defendido a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, em retaliação, anunciou que não iria à posse dele, marcada para 10 de dezembro.

Os comentários do presidente e do seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, sobre Fernández, foram alvos de críticas do próprio chanceler do governo Macri, Jorge Faurie, que os considerou "inapropriados" e mandou uma carta de protesto ao embaixador do Brasil em Buenos Aires. 

Fonte: O Globo

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