‘Caminhada da Fraternidade’, entre Crato e Juazeiro do Norte, reúne cerca de 8 mil pessoas

O 1º de maio, Dia do Trabalhador, é celebrado no Cariri com uma caminhada que já ficou tradicional. Há 29 anos, nas primeiras horas da manhã, milhares de pessoas percorrem cerca de 15 km entre a Igreja de São Francisco, em Crato, e o Santuário dos Franciscanos, em Juazeiro do Norte. A Caminhada da Fraternidade conta com homens e mulheres de várias idades que, em comunhão, andam entre os dois municípios cantando e orando. A organização estima que reuniu cerca de 8 mil participantes.

A concentração começou por volta das 3h30, quando os primeiros fiéis chegaram a paróquia, no bairro Pinto Madeira. Uma hora depois, após uma oração, o grupo começou a caminhada de quase quatro horas de duração. Na medida que a multidão avançava na Avenida Padre Cícero (CE-292), outras pessoas se juntavam.

Alguns participantes carregavam faixas e cartazes lembrando a Campanha da Fraternidade 2019, que traz como tema “Fraternidade e Políticas Públicas”. A Igreja Católica busca chamar atenção para as políticas públicas, ações e programas desenvolvidos pelo Estado para garantir os direitos previsto na Constituição Federal.

Por isso, de acordo com o padre José Ricardo Sales, um dos organizadores do evento, a caminhada é um momento de confraternização, amizade, mas também de lutar pela dignidade do trabalho. “O povo do Cariri é um povo muito resistente. É um momento para darmos as mãos”, acredita.

O casal de agricultores Humberto Gomes e Maria Cirlânia Gomes participaram da caminhada pela primeira vez. “Há alguns anos a gente queria vir, esse ano deu certo”, conta Huberto. “A gente foi dormir cedo, nove horas, para estar aqui”, completa Maria. Já a secretária Maria Denise Batista foi de Juazeiro do Norte até o Crato para realizar o trajeto desde o início. Por causa de promessa, cumpre a jornada descalça. “Nossa Senhora de Fátima me deu uma graça, por isso, não importa onde eu esteja, sempre estarei aqui pra cumprir”, garante.

No Santuário dos Franciscanos, em Juazeiro do Norte, os participantes foram recepcionados com um café da manhã oferecido por voluntários da comunidade católica local. Ao todo, foram ofertados, aproximadamente, 2 mil pães, 300 litros de leite, 100 litros de café e 75 litros de chá. Mesmo debaixo de sol, filas se formaram para receber o alimento.

O Frei Raimundo Barbosa, sacerdote do Santuário de São Francisco, que realizou a tradicional “bênção do trabalhador”, explica que a caminhada, em sua origem, além de ter um “fundo evangélico” busca exaltar a figura do trabalhador. “As paradas acontecem para refletir. Hoje, no nosso País, sabemos que as leis trabalhistas foram modificadas e alguns direitos aniquilados. A caminhada é de valorizar a pessoa”, explica.

ANTONIO RODRIGUES
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

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