O polêmico post do presidente Jair Bolsonaro , que publicou em seu perfil no Twitter na terça-feira um vídeo com cenas obscenas, gravado durante o carnaval, está repercutindo na imprensa internacional. A publicação foi feita com o intuito de "expor a verdade para a população" sobre o que estaria se tornando a folia no país.
O jornal americano "The New York Times", logo na abertura da matéria, diz sobre o texto: "Faremos todos os esforços para mantê-lo digno".
"O artigo que você está prestes a ler é sobre um vídeo com conteúdo sexual, o presidente da quarta maior democracia do mundo e as guerras culturais que agitam o Brasil", afirma.
O jornal britânico "Mirror" enfatizou que o vídeo é impróprio para menores de idade e "muito obsceno", enquanto o "Independent" destacou a pergunta que Bolsonaro postou nesta quarta-feira, sobre o significado de " golden shower ". A expressão faz referência à prática sexual que aparece nas imagens e está entre os assuntos mais comentados do Twitter nesta quarta-feira.
Outro portal de notícias a abordar o assunto foi o americano "Insider". No título, o site afirmou que "o presidente do Brasil declarou guerra ao carnaval". O "Insider" também falou sobre manifestações de foliões contra o governo realizadas em blocos no período de festa nacional.
Agências de notícias como "Reuters" e "AFP" também divulgam o caso.
"Não me sinto confortável em mostrar, mas temos que expor a verdade para a população ter conhecimento e sempre tomar suas prioridades. É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro. Comentem e tirem suas conslusões (sic)", escreveu Bolsonaro.
O presidente usou as imagens para criticar blocos de rua, sugerindo ser algo habitual se despir e tocar as partes íntimas em público ou urinar na cabeça de outra pessoa, conforme ocorre no vídeo gravado no desfile do Blocu, em São Paulo, na última segunda-feira.
O Twitter incluiu um alerta de "conteúdo sensível" no post, devido ao seu caráter pornográfico, para que o internauta concorde em acessá-lo. Os vídeos postados na rede social podem ser vistos automaticamente, dependendo do que retratam .
"Nós não podemos te mostrar tudo!", diz o aviso do Twitter. "Ocultamos automaticamente vídeos com possível conteúdo sensível ou impróprio".
Procurado, o Twitter informou que "tem regras que determinam os conteúdos e comportamentos permitidos na plataforma, e eventuais violações estão sujeitas às medidas cabíveis".
O vídeo já registrou cerca de 2 milhões de visualizações, despertou a atenção de anônimos e famosos e causou polêmica na rede social . As hashtags mais usadas no Twitter são #ImpeachtmentBolsonaro, #BolsonaroTemRazão e #goldenshowerpresident.
Estado de degeneração
O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Filipe Martins, saiu em defesa de Bolsonaro e de suas publicações. Ele comparou a postura do presidente a de Theodore Roosevelt (presidente dos Estados Unidos entre 1933 e 1945).
"Roosevelt dizia que a Presidência da República é um 'bully pulpit', uma posição pública que permite falar com clareza e com força sobre qualquer problema. Foi o que o Presidente @jairbolsonaro fez ao expor o estado de degeneração que tomou nossas ruas nos últimos dias", escreveu Martins.
Fonte: O Globo
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