Nova etapa do Projeto São José ampliará frente de reúso de água para produção

Reaproveitar água das residências rurais para assegurar a produção de frutas, hortaliças e alimentação animal. É a estimativa do engenheiro sanitarista Wilson Santos Rocha consultor do Banco Mundial de passagem pelo Ceará nas últimas duas semanas para elaboração da nova fase do Projeto São José, parceria entre o Governo do Ceará e a entidade financeira através da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA).

Na quarta fase do projeto, à luz de experiências piloto, a utilização da chamada “água servida” (da pia da cozinha, da máquina de lavar ou do banho), que corresponde a 90% do que é esgotada de uma casa, será a matéria prima dos projetos de irrigação. Hoje o São José dispõe de 15 casos de estudo.

“Nós pretendemos ainda fazer a análise de água e do alimento, para termos a garantia que o reúso não esteja contaminado ou causando efeito negativo na produção”, explica o estudioso com atenção às frentes de hortaliças e de frutas, em que a irrigação se daria por tecnologias que não atinjam aquilo que será diretamente consumido.

O destaque captado pela operação que percorreu ao todo oito cidades entre os dias 14 e 18 deste mês foi registrado em Quixeramobim. No município do Sertão Central os consultores estiveram na comunidade Lagoa de São Miguel, oportunidade para acompanhar a experiência do agricultor Jardel Castro que com o reúso tem elevada produção de palma forrageira. Com apoio da SDA, Jardel já reaproveita água consumida da casa do seu pai para garantir o crescimento da plantação.

“Vamos procurar ampliar experiências como esta de Quixeramobim, pois é um processo mais simples quando comparado às frutas e hortaliças. O apoio à produção da palma será assistida nos planos de negócios e manejo da cadeia de ovinocaprinocultura”, explica Wilson Rocha.

A estimativa é de que o projeto encontre viabilidade pelo baixo uso de água. O consultor do Banco Mundial explica que em média “uma família gera entre 300 a 400 litros de água servida. Para a irrigação da horticultura um produtor conseguiria manter irrigação de no máximo 300 metros quadrados; para a palma, a mesma quantidade, pode atender uma plantação de 2 mil metros. A manutenção do solo úmido não precisa de tanta frequência, vale lembrar, a palma se desenvolve num período curto”.

Wilson Rocha acredita que o reúso da água é algo do futuro. “Um estado que tem dificuldade de água não pode perder nada. Vamos disseminar estas experiências em parceria com a SDA por todo o interior do estado especificamente na zona rural”, finaliza.

A quarta etapa do Projeto São José prevê contrapartida de U$S 100 milhões, assegurados pelo Banco Mundial, e U$S 50 milhões do Governo do Estado do Ceará. Após a aprovado na Assembleia Legislativa, a SDA ainda aguarda uma reunião de negociação, envolvendo as esferas da administração federal e estadual junto a instituição financeira e a aprovação do empréstimo pelo Senado Federal para dar início à nova etapa da operação. A orientação do governador Camilo Santana, de acordo com o secretário De Assis Diniz, é acelerar a preparação da documentação.

Assessoria de Comunicação/Governo do Estado do Ceará

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