Ficar acordado até altas horas aumenta o risco de morte, alerta estudo

Todo mundo conhece alguém que é bem mais produtivo durante a noite do que ao longo do dia. Essas pessoas geralmente acordam tarde e sofrem para levantar cedo da cama. Apesar de parecer apenas um hábito comum para alguns, essa prática pode ser perigosa para a saúde e inclusive diminuir o seu tempo de vida.

O alerta vem de um novo estudo, publicado em março no periódico Chronobiology International, que analisou mais de 400 mil pessoas com idades entre 38 e 73 anos durante 6,5 anos. Os pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, notaram que 9% dos participantes eram notívagos e, após observá-los pelo período do estudo, descobriram que eles tiveram um risco de morte 10% maior do que os indivíduos que acordavam cedo. A taxa de morte foi ainda maior entre o grupo de pessoas notívagas que tinha entre 63 e 73 anos.

Quem gostava de ficar acordado até tarde da noite também teve maiores índices de doenças e distúrbios como diabetes, problemas psicológicos, neurológicos, respiratórios e gastrointestinais.

Causas são variáveis
Segundo os cientistas, uma combinação entre a genética e o meio ambiente pode desempenhar um papel na preferência da pessoa em dormir cedo ou tarde. "Pode ser que as pessoas que ficam acordadas até tarde tenham um relógio biológico interno que não corresponde ao seu ambiente externo", disse Kristen Knutson, co-autora do estudo, em um comunicado. "Pode ser estresse psicológico, comer na hora errada para o corpo, não se exercitar ou não dormir o suficiente ou até o uso de drogas ou álcool."

Felizmente, de acordo com a autora, há alguns truques para mudar o hábito noturno, incluindo se expor à luz no início da manhã e apagá-la à noite, manter uma hora de dormir regular, adotar um estilo de vida saudável e fazer as tarefas no início do dia.

Problema de saúde pública
Algumas pesquisas ainda sugerem que os notívagos são mais inteligentes, mais criativos e podem até ficar mentalmente alertas por mais horas depois de acordar. Independentemente disso, os pesquisadores da Northwestern dizem que este é um "problema de saúde pública que não pode mais ser ignorado", principalmente porque essas pessoas acabam dormindo pouco devido as atividades obrigatórias, que costumam ser diurnas.

"Se pudermos reconhecer que esses hábitos noturnos são, em parte, geneticamente determinados e não uma falha de caráter, os empregos e as horas de trabalho poderiam ter mais flexibilidade para essas pessoas", disse Knutson. De acordo com a pesquisadora, os notívagos não deveriam ser forçados a se levantar para um turno às 8 horas da manhã, até porque isso poderia diminuir seu tempo de vida.

Fonte: Viva Bem/UOL

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