Governo Temer ameaça: "Sem reforma da Previdência, impostos vão aumentar", diz secretário

Num momento em que o próprio presidente Michel Temer admite dificuldades para avançar com a proposta de reforma da Previdência, a mudança no sistema de aposentadorias e pensões foi apontada pelo secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, como uma chave para o aumento da competitividade da economia brasileira, durante o seminário "Abertura Econômica para o Desenvolvimento e o Bem-Estar".

Ele disse compreender o temor de alguns empresários com a abertura comercial, uma vez que no Brasil os juros e a carga tributária são elevados em comparação com outros países. "Se fizermos as reformas de que precisamos, podemos consolidar um ciclo longo de inflação e juros baixos", disse. "E toda a agenda de não aumentar a reforma tributária vai exigir um conjunto de reformas, entre as quais a da Previdência."

Segundo Mansueto, a China gasta 3,5% de seu PIB com o sistema previdenciário. O Brasil, 13,5% do PIB. "Sem a reforma, temos de aumentar a carga tributária", afirmou.

"Chegamos a um ponto que temos de aliar reforma econômica, políticas sociais e sem dúvida avançar na abertura comercial", disse o secretário. Ele comentou que é preciso parar de "demonizar" as importações, porque o uso de insumos importados aumenta a competitividade dos produtos brasileiros. Como exemplo, o secretário citou a Embraer, que consegue competir no mundo porque utiliza os melhores componentes que há no mundo.

A abertura, disse Mansueto, exigirá "lidar com questões distributivas". Ao mesmo tempo em que o aumento de importados traz insegurança para um grupo de trabalhadores, ela proporciona acesso a produtos mais baratos.

Para o secretário, são necessários programas de treinamento para evitar o desemprego. Ele admitiu, porém, que não há recursos no orçamento para elevar de imediato esses programas.

Fonte: Estadão Conteúdo

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