Luiz Melodia morre aos 66 anos no Rio de Janeiro

Morreu aos 66 anos Luiz Melodia, um dos grandes compositores do Brasil, autor de sucessos como "Pérola Negra", "Estácio, Holly Estácio", "Magrelinha" e "Juventude Transviada". Conhecido por mesclar o samba ao suingue do soul em um modo original de compor e interpretar, ele era dono de um estilo único e uma das vozes mais marcantes da MPB.

O cantor morreu por volta das 5h desta sexta-feira (4). Ele estava internado no hospital Quinta D'Or, no Rio de Janeiro, e sofria de um câncer na medula óssea.

O velório será realizado a partir das 15h desta sexta fechado para familiares e às 16h será aberto ao público na quadra da escola de samba Estácio de Sá, na Cidade Nova, zona central do Rio. O enterro será às 10h de sábado no Cemitério do Catumbi, zona norte da cidade.

No início do ano, o cantor chegou a ficar mais de três meses internado após ter sido diagnosticado com mieloma múltiplo, um tipo raro de câncer no sangue. Logo, iniciou as sessões de quimioterapia, mas complicações do tratamento o levaram a ser internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), no final de março.

No dia 13 de maio, Melodia passou por uma cirurgia bem-sucedida de transplante de medula óssea, porém a doença não regrediu.

Melodia era casado com a produtora e cantora Jane Reis, com quem tem um filho, Mahal, também cantor e compositor.

Trajetória
Carioca nascido no morro do Estácio em 7 de janeiro de 1951, Luiz Carlos dos Santos herdou o dom musical do pai, o sambista Oswaldo Melodia. O pai, no entanto, se opôs de início à carreira musical, que começou voltada para a bossa nova e à Jovem Guarda. 

Depois de chamar a atenção dos poetas Waly Salomão e Torquato Neto, Melodia compôs "Pérola Negra", gravada por Gal Costa no disco "Gal a Todo Vapor", de 1972. Pouco depois, "Estácio, Holly Estácio" ganhou interpretação de Maria Bethânia no disco "Drama", também de 1972.

Em 1973, lançou o disco de estreia "Pérola Negra" já com o nome artístico de Luiz Melodia. Os discos seguintes consolidaram sua carreira de artista que transitava entre o samba e o soul. Mantendo a irreverência do garoto que tocava iê-iê-iê no berço do samba, Melodia ganhou logo o rótulo de "maldito", dado a artistas que não obedeciam as regras da indústria.

Entre os anos de 1990 e a primeira década do novo século, Melodia foi alternando momentos de evidência com outros de discreta hibernação. Vez ou outra, um hit saltava de seus álbuns e o repunha no tablado.

Em meados de 2006, convidado para fazer um show especial para o aniversário de 70 anos do Teatro Rival, no Rio, escolheu um repertório somente com sambas antigos, em homenagem ao pai. O show resultou no delicado álbum "Estação Melodia", com clássicos de Noel Rosa, Jamelão, Ismael Silva e Wilson Batista, entre outros.

Depois de 13 anos sem um disco de inéditas, Melodia lançou em 2014 seu último trabalho e o primeiro de inéditas em 13 anos, "Zerima", uma volta ao samba suingado que sempre foi sua marca.

Fonte: UOL

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