Temperatura cai em diversas cidades do Ceará

O cearense tem experimentado, nos últimos dias, clima mais ameno e até sensação de frio em várias regiões do Estado.

As temperaturas abaixo da média, neste período do ano, são explicadas pela chegada do inverno no Hemisfério Sul, que pode representar quedas de temperaturas de até 3º Celsius, se comparado com dezembro, o mês mais quente do ano no Estado. Ontem, no início da manhã, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou 21,9ºC em Fortaleza. Foi a temperatura mais baixa já verificada neste ano na capital cearense.

De acordo com a meteorologista da Funceme, Meyre Sakamoto, a estação mais fria do ano é iniciada no Hemisfério Sul, quando acontece o alinhamento do Sol com o Trópico de Câncer, no Hemisfério Norte, ou seja, é a época do ano em que o sol está mais longe do Ceará, o que explica as temperaturas mais baixas. O mesmo ocorre na América do Sul, Oceania e Sul da África.

Entre os meses de junho a agosto, as temperaturas mínimas tendem a declinar. Se durante o dia as temperaturas máximas ficam em torno dos 30°C, nas noites e nas madrugadas do inverno, as mínimas deixam o tempo mais agradável. Em Fortaleza, por exemplo, o termômetro pode ficar próximo dos 22°C. "A média para a cidade em dezembro é de 24ºC", detalha Sakamoto, indicando que a diminuição de temperatura, neste período, fica em torno de 2ºC a 3ºC.

No Interior, as temperaturas também estão menores. Em Barbalha, na região do Cariri, as mínimas no inverno chegam aos 19°C e em Guaramiranga, na Serra, 16°C. "Essas duas regiões, o Cariri e a região serrana do Maciço, são as que apresentam as menores temperaturas", destaca a Funceme. Já em algumas regiões do Estado, o que chama atenção é a amplitude térmica, isto é, a variação de temperatura em um mesmo dia. "Sobral pode registrar, durante o dia, máxima de 34ºC e, à noite, mínima de 23ºC, o que representa queda de quase 10ºC", detalha o órgão meteorológico.

A sensação térmica, no entanto, pode ser ainda menor em várias cidades cearenses, devido à incidência dos ventos. Nessa época do ano os ventos começam a se intensificar até chegar ao mês de setembro, quando as médias de velocidade são maiores e as rajadas são mais fortes. As temperaturas um pouco mais baixas e o vento ficando mais forte resultam numa sensação térmica de mais frio, explicam os meteorologistas da Funceme.

Iniciado em 22 de junho, o inverno segue até 21 de setembro. Nesse período, a tendência é que as temperaturas voltem a subir a partir da segunda metade de julho e início de agosto. Dia 22 de junho foi oficialmente quando o sol começou a se afastar do Hemisfério. Com o passar dos dias, a posição do sol vai voltar a se alinhar com o equador. "Portanto, a previsão é de que até a segunda semana de julho, as temperaturas fiquem mais baixas, a partir de então, passem a subir discretamente", explica a meteorologista.

Alerta
Apesar das baixas temperaturas, os meteorologistas afirmam que "o quadro verificado neste ano está dentro da média histórica no Estado". O alerta, neste período, é quanto à umidade relativa do ar, que tende a ficar mais baixa por causa da falta de chuva no período.

Conforme explicam os especialistas, a unidade relativa do ar está relacionada com a quantidade de vapor que tem na atmosfera, relacionados também com a temperatura. Isto é, neste segundo semestre, como é a estação seca no Ceará, com pouca ou nenhuma incidência de chuva em praticamente todas as regiões, é comum que a umidade do ar fique abaixo de 30% em quase todos os dias no Interior.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), abaixo de 12%, é estado de emergência. Entre 12% a 20%, sinal de alerta e de 21% a 30%, a OMS recomenda atenção. O nível ideal para o organismo humano gira entre 40% e 70%. Acima desses valores, o ar fica praticamente saturado de vapor d'água, o que interfere no mecanismo de controle da temperatura corporal exercido pela transpiração. Quanto mais alta a temperatura e mais úmido o ar, mais lenta será a evaporação do suor, que ajuda a dissipar o calor e a resfriar o corpo.

Equívoco
Boa parte dos cearenses chama equivocadamente de inverno o período da quadra chuvosa do Estado (quadrimestre fevereiro-março-abril-maio). Estes meses de maiores médias de precipitação no Ceará fazem parte do verão e do outono no Hemisfério Sul. Esse equívoco é compreensível, conforme explica a Funceme, justamente pela quase imperceptível variação entre as estações do ano no Ceará. Dessa forma, quando temos dias bastante chuvosos entre fevereiro e maio, ou seja, ainda no Verão ou no Outono, as temperaturas tendem a baixar e a população faz uma associação entre o frio do tempo chuvoso com as características do inverno.

ANDRÉ COSTA
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

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