Os pais da menina Beatriz, assassinada durante uma festa de formatura do ensino médio em uma escola particular de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, deram entrevista coletiva à imprensa na manhã deste sábado (10) e falaram sobre o sentimento da família após um ano do crime, que segue sem solução. O pai da criança e professor da instituição onde ocorreu o caso, Sandro Ramilton, falou sobre as dificuldades nas investigações.
Sobre a força-tarefa anunciada na sexta-feira (9), que dará continuidade às investigações e conta com a participação dos delegados Alfredo Jorge e Gleide Ângelo, Sandro disse estar esperançoso, mas criticou o constante repasse. “Todo dia 10 de cada mês havia uma manifestação pública e coincidentemente a polícia se pronunciava de alguma forma. Dessa vez não foi diferente; eles se anteciparam e deram uma satisfação. Resumindo, não resolveram o caso, só deram um motivo para as pessoas torcerem positivamente. A primeira impressão que temos é de uma equipe de futebol, que não está tendo sucesso e você troca o técnico, para motivar os jogadores e, por tabela, dá uma satisfação para toda a torcida”, pontuou.
Apesar disso, Sandro afirma que ficou surpreso ao se encontrar com o ministro da justiça, Alexandre de Moraes, para discutir sobre a federalização do caso: “enquanto falávamos com ele, já realizava procedimentos. Deu para perceber o esforço que o Ministério da Justiça tem em nos ajudar no caso”. O pedido deles é que a Polícia Federal possa ajudar nas investigações com equipamentos e profissionais especializados. O pai ainda afirmou que na próxima segunda-feira (12) será disponibilizado um Whatsapp do Disque Denúncia para o caso.
O casal também responsabiliza a escola pelo caso. “Eu como professor, quando desci para procurar minha filha procurei em todas as portas, menos naquele depósito. Eu sabia que já tinha tido um atentado lá, que a sociedade não teve conhecimento. Eu mesmo, só fiquei sabendo daquela sala em fevereiro daquele ano, da boca do próprio coordenador da escola. Disseram que era um ex-aluno e que não era a primeira vez. Invadiram a piscina, a sala de xadrez, a sala de judô, a sala de troféus, cortaram fios, incendiaram e nós não sabíamos, mesmo vivendo ali dentro. Aí eu começo a pensar que alguém quer destruir a imagem da escola”.
Um ano de dor
A mãe de Beatriz, Lúcia Mota, resumiu a dor de perder a filha. “Todo dia é dia 10. O pior horário é na hora de dormir e de acordar, porque Beatriz tinha sete aninhos, mas dormia comigo e Sandro. Eu perdi o sabor da vida, não sinto prazer, não vejo beleza, posso confirmar que o que me faz seguir e lutar é a minha família e por dever isso a Beatriz. Vou lutar pela minha filha, lutar por justiça todos os dias da minha vida”, afirmou.
Para a família, todo apoio recebido é muito importante e eles não irão para até que o caso seja solucionado. “Nós agradecemos por tudo que a imprensa tem feito e esperamos que na próxima oportunidade estejamos celebrando o sucesso na conclusão, prendendo os responsáveis e punindo os que se omitiram. Se houve falha do Ministério Público, se houve falha da polícia, nós iremos atrás com certeza”, disse o pai.
Entenda o caso
Beatriz Angélica, de 7 anos, foi encontrada morta dentro de uma escola particular em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, durante a festa de conclusão das atividades do semestre do colégio. De lá para cá, vários protestos foram feitos em Petrolina e no Recife para cobrar um avanço nas investigações.
De acordo com a polícia, os pais da criança, notaram o desaparecimento da criança e a chamaram pelo microfone no palco montado para o evento, na quadra do colégio. As pessoas se mobilizaram e formaram duplas para procurar pela menina, até que o corpo foi encontrado atrás de um armário, no vestiário esportivo. Durante as investigações, a Polícia Civil apontou alguns funcionários da escola como suspeitos.
Fonte: TV Jornal/NE10
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