Em Porto Alegre, juiz tenta deixar Dilma "invisível"

O voto da ex-presidenta Dilma Rousseff em Porto Alegre na tarde deste domingo 2 foi marcado por tumulto. Para cumprir uma ordem do juiz eleitoral Niwton Carpes da Silva, titular da 160ª zona eleitoral da capital gaúcha, a Brigada Militar barrou a entrada da imprensa na escola. Para impedir que jornalistas acompanhassem o voto de Dilma, os policiais reagiram com violência.

Na saída, a petista disse que protestou contra a ação policial e afirmou que foi alvo de empurrões. “Absurdo. Inadmissível. É algo muito ruim para o País. Eu sempre votei aqui, nunca aconteceu isso. Nunca a Brigada foi chamada, nunca fecharam as portas”, disse a ex-presidenta.

De acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo, o juiz eleitoral estava na Escola Estadual Santos Dumont, onde Dilma vota. Com o argumento de que Dilma “é uma cidadã comum” e “não deve ter o voto registrado”, ele deu “ordem verbal” para que a imprensa e os militantes que acompanhavam a petista fossem barrados.

Apesar do argumento do juiz, celebridades e políticos sem mandato são com frequência fotografados durante a votação. Neste domingo, por exemplo, isso ocorreu com o ex-deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e com o juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba. Ambos foram fotografados enquanto deixavam as urnas.

O juiz Niwton Carpes já havia criticado Dilma e o PT em suas redes sociais. Em uma postagem no Twitter no dia 14 de abril, Silva escreveu que o governo da petista “afundou num mar de corrupção”. “Novas eleições é golpe à CF [Constituição Federal]”, emendou.

Dilma estava acompanhada do ex-ministro Miguel Rossetto e do candidato do PT à prefeitura de Porto Alegre, Raul Pont. A candidata a vice na chapa de Pont, Silvana Conti, do PCdoB, sofreu lesões na perna. Ela saiu do local afirmando que havia sido agredida pelos militares e registraria a ocorrência. Rossetto, que também foi impedido de entrar, afirmou que o partido vai entrar com uma representação na Justiça Eleitoral por tentativa de censura.

Fonte: Carta Capital

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