"ExploraCrato": Acabou... Agora só no próximo ano*

Reclamações de toda ordem sobre a "ExploraCrato" novamente ocorreram. O apartheid social ocorreu de novo. A carestia e a morte sazonal do artigo V da CF. Ninguém tem resguardado o direito de ir e vir naquele inferno, muito menos de ficar fora, as atrações alternativas são proibidas a partir de 10 horas.

Não obstante seja a maior feira agropecuária do Norte/Nordeste, a "ExploraCrato", ironicamente apelidada, que outrora já foi do povo, hoje não o é. E distante do que foi em outro anos, a cada ano vem se tornando cada vez mais um grande campo de concentração onde a juventude alienada busca poucas 4 horas de divertimento a alto preço. Atrações da cultura de massa, produzidas pela grande mídia, são o chama. Presos dentro daqueles possíveis 1000 m quadrados, a grande massa é compelida ao consumo desenfreado de bebidas a um preço 200% acima do preço normal de mercado. A infraestrutura precária não reflete o alto preço dos ingressos, nem dos produtos que ali se consome.

Segurança? Não há. Esse evento carrega a grande marca midiática do Capitalismo, onde uns poucos gatos pingados ficam mais ricos, os trabalhadores barraqueiros e vendedores que movimentam o evento recebem a sua parte ínfima de ração, e o povão é explorado e de novo paga a conta. Acabou e, não se assustem, vai deixar saudade em muita gente. Em alguns, é bom que se diga, uma saudade melancólica tipo "o que fiz da minha vida?" em outros saudade fugaz, que passa tão logo chegue outro evento que lhes aumente o capital. A verdadeira saudade, a saudade boa, só dos anos longínquos dos tempos em que a "ExploraCrato" chamava-se Exposição do Crato e era um barato e barata.

Felizes são aquelas figuras no alto da barreira, que tem a melhor visão, comida e bebida no preço e segurança, é, segurança durante todo o show. Mas já os ameaçam proibir aquele espaço. Deve ser inveja. Viva Roland Barthes!

Por: Francinaldo Dias (Difá), professor*

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