Democrata defende Dilma e critica governo Temer no Congresso dos EUA

O deputado democrata Alan Grayson (Flórida) defendeu a presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), e criticou o governo interino de Michel Temer (PMDB) durante um discurso no Congresso norte-americano.

Segundo ele, Dilma foi reeleita "porque a maioria dos brasileiros queria seguir com sua agenda política progressista". "Mas logo após a sua reeleição, alguns membros da oposição de direita começaram a questionar os resultados da eleição e, apoiados pela mídia conservadora do Brasil, a acusaram de manipular o orçamento do Estado para o pagamento de programas sociais", declarou Grayson.

O parlamentar afirmou que, após o afastamento temporário de Dilma, o governo interino passou a implementar " as mesmas políticas que foram rejeitadas pela maioria dos eleitores brasileiros: austeridade, corte de programas sociais, cortes na educação, cortes na habitação, cortes em programas de saúde".

Em seguida, Grayson expandiu o discurso ao criticar políticos de direita no mundo. "Vemos a direita em todo o mundo tentando negar poder às forças democráticas que venceram eleições. Isso precisa parar. A democracia é importante", concluiu.

"O Trump da esquerda"
Grayson, que é pré-candidato democrata à eleição do Senado americano neste ano, é conhecido pelo posicionamento mais à esquerda que seu próprio partido, além de ser um crítico severo do Partido Republicano.

Sua história como empresário de sucesso e seu estilo ácido, com um discurso inflamatório "populista contra o sistema" o fez ser chamado pela revista "The Atlantic" de "Donald Trump da esquerda".

"Ele é considerado tão tóxico pelo seu partido que seus líderes estão trabalhando ativamente para minar sua candidatura, apesar de ele estar à frente nas pesquisas", escreveu a publicação em março, comparando a situação do político à de Trump no Partido Republicano. "Quanto mais controverso e desagradável ele se torna, mais seus apoiadores o amam."

Entre suas críticas, Grayson comparou o Tea Party --ala mais à direita entre os republicanos-- ao grupo racista Ku Klux Klan e disse que a alternativa do partido rival ao programa de saúde proposto pelo presidente Barack Obama --e criticado pelos conservadores-- deveria se chamar "Não fique doente, e se ficar, morra rápido".

Ele também foi acusado, em 2009, de tirar de contexto palavras de um rival republicano da Flórida, chamado Dan Webster, que foi apelidado por Grayson de "Taliban Dan". Recentemente, tirou sarro dos republicanos que reclamaram da liberação para que transgêneros usem o banheiro do gênero que preferir. "Parece que o partido que quer reduzir o governo quer um governo pequeno suficiente para caber na privada", declarou no Congresso, em maio.

Nas prévias democratas ao Senado, ele fez críticas severas ao seu rival na disputa, Patrick Murphy, e entrou em confronto com o líder democrata no Senado, Harry Reid, que o acusou de usar sua posição política para promover um fundo de investimento do qual Grayson era sócio nas Ilhas Cayman, um paraíso fiscal. "Ele deveria sair dessa corrida ao Senado imediatamente. Suas ações são uma desgraça para o Partido Democrata e para o Congresso", disparou Reid.

Fonte: UOL

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