Urca comemora 30 anos de ensino e extensão no Ceará

A Universidade Regional do Cariri (Urca), completou, nesta semana, 30 anos de criação, em uma trajetória marcada pelo pioneirismo e vanguarda, se notabiliza como uma das mais importantes instituições de ensino superior gratuito do Estado.

O reitor em exercício, Francisco do Ó de Lima Júnior, destaca que a Universidade "reconhece o passado como uma instituição pioneira, mas mantém os olhos no futuro, contemporizando os desafios da modernidade". Assim, com o pensamento no horizonte, e inclinada em atender os anseios sociais por um ensino de qualidade, chega as três décadas de existência, com 27 cursos distribuídos nos campi de Juazeiro do Norte, Crato, Missão Velha, Campos Sales e Iguatu, e mais de dez mil alunos oriundos de 91 municípios, com destaque para os Estados do Ceará, Piauí, Pernambuco e Paraíba.

Criação
A unidade de ensino surgiu em 1986 e reuniu institutos isolados de ensino superior que existiam e eram mantidos pela Diocese do Crato e pela Universidade Estadual do Ceará (Uece). Após três décadas e com os alicerces da educação caririense já consolidados, a Urca passou a ser uma das maiores e mais importantes universidades cearenses, com destacada atuação no ensino, na pesquisa e na extensão de serviços à comunidade.

"A região do Cariri contava exclusivamente com a Faculdade de Filosofia até o ano de 1986, com ensino privado, dando acesso à graduação apenas as classes mais privilegiadas. Com a criação da Urca, a comunidade caririense teve acesso ao ensino superior gratuito e de qualidade com os cursos de Direito, Letras, Pedagogia, História, Geografia, Economia e Ciências Biológicas", contou Lima Júnior.

O reitor em exercício destacou que, após a criação da Universidade, "abriu-se um leque de oportunidades para cidades do Ceará e de Estados como Pernambuco, Paraíba e Piauí, com a possibilidade de formação de professores e profissionais em cursos de licenciatura e bacharelado contribuindo com o crescimento cultural, social, econômico da Região. O desenvolvimento do Cariri é notável na cultura, economia e até urbanização".

Com o pioneirismo, a Urca passou a servir de exemplo para outras universidades, como foi o caso da recém-criada Federal do Cariri, antes, campus avançado da Universidade Federal do Ceará (UFC). Os cursos da UFCA são em áreas complementares aos ofertados pela Urca, "solidificando o cenário educacional do Cariri", conforme avaliou o professor Rodolfo José Sabia, docente da Urca há mais de 20 anos.

Comemorações
Para celebrar a data, a Universidade preparou uma série de atividades que se estendem até março de 2017, quando a Urca completa 30 anos de instalação. A solenidade oficial, entretanto, aconteceu na quinta-feira (9), dia em que a Urca completou exatamente 30 anos. O criador, professor Antônio Martins Filho, que foi o seu primeiro reitor, foi homenageado. Após a solenidade, foi plantada uma muda de pau-d'arco (ipê), que simboliza o ensino superior no Cariri.

Extensão
A Universidade destaca-se, não somente nas áreas de pesquisa e ensino. No fim do ano passado, por exemplo, foi fundado o Instituto de Arqueologia do Cariri, parceria da Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri e a Urca, que atua no fortalecimento da Arqueologia e, conforme pontuou o reitor da Urca, Patrício Melo, "consolida um pleito específico nas áreas de pesquisa e extensão".

A doutora em Arqueologia pela Universidade de Coimbra (Portugal), Rosiane Limaverde, enalteceu as parcerias entre Universidade e comunidade externa e destacou que a criação do Instituto de Arqueologia "é um grande passo, numa região que possui um rico acervo arqueológico, proporcionando a abertura para novas pesquisas no âmbito acadêmico". O anseio é pela criação de curso de especialização ou mestrado em Arqueologia.

Outro projeto de destaque do núcleo de pesquisa e extensão da Urca é o Museu de Paleontologia, em Santana do Cariri, criado em 1985 e doado em 1991 para a Universidade. O Museu mantém projetos de escavações permanentes de fósseis em toda a Bacia do Araripe, além de uma coleta sistemática de fósseis nas frentes de escavações do calcário laminado, nos municípios de Nova Olinda e Santana do Cariri. Em média, o museu recebe 900 visitantes por mês, sendo um dos principais centros de visitação da região. Atenta a esse nicho, a Urca estuda a criação de um mestrado na área da Paleontologia que, caso se concretize, seria o primeiro do Brasil.

Estruturação
Para o reitor em exercício, os mais de 23 mil alunos formados ao longo desses 30 anos mostram a força da Universidade que "se reestrutura periodicamente. Fizemos grandes e importantes melhorias, como a construção do Restaurante Universitário, da Residência dos Estudantes, prédio para o Mestrado em Bioprospecção Molecular, com auditórios, salas de aula, laboratórios e outras reformas que pouco a pouco veem melhorando a estrutura física do Campus do Pimenta, na sede", citou.

Entretanto, Lima Júnior reconhece que outros Campus carecem de melhor infraestrutura, como Crajubar e Pirajá, em Juazeiro do Norte. "Devido ao crescimento da Universidade, torna-se urgente a melhoria, mas algumas propostas já estão sendo avaliadas", pontuou. O professor destacou que, para os próximos anos, a meta é ampliar o Campus do Pimenta "com o aproveitamento do espaço da Exposição do Crato, além de realizar melhorias nas condições de ensino, pesquisa e extensão voltados à qualificação profissional".

Centro-Sul
Das unidades descentralizada, o Campus de Iguatu apresenta a melhor estrutura para alunos, professores e servidores. Maior unidade da Urca fora da sede, fica na cidade de Iguatu, Centro-Sul do Estado. O campus conta com 1.331 alunos e mais de 100 professores. Conforme avaliação do diretor do campus, professor José Ivo Ferreira de Souza, "os cursos de Ciências Econômicas, Direito, Educação Física e Ciências Econômicas são, com certeza, vetor de desenvolvimento da região". Ivo destaca, como principal avanço do campus, "a conquista da gratuidade dos cursos, já que, no seu nascedouro, a Unidade, que hoje é pública, cobrava mensalidades em torno de um salário mínimo dos alunos".

Ao longo dos 11 anos de atividade no Município, a unidade iguatuense já formou mais mil acadêmicos. "Os egressos da Urca estão presentes nas unidades de Saúde e nos hospitais, no setor produtivo, nas escolas, fóruns e tribunais, transformando as realidades sociais por meio de suas contribuições advindas do processo de conhecimento desenvolvido na Universidade em seu processo de ensino-aprendizagem", acrescentou Ferreira.

Ela está Instalada no Campus Multi-Institucional Humberto Teixeira, maior do Interior do Nordeste, inaugurado em 2015, com investimento de R$ 22 mi.

ANDRÉ COSTA
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

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