Mulheres serão secretárias, diz novo ministro da Casa Civil

Frente à repercussão negativa pela falta de mulheres no ministério do presidente interino Michel Temer, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, se manifestou sobre o tema indicando que as mulheres ocuparão secretarias. Segundo ele, as escolhas foram feitas por sugestões dos partidos, em um período curto de tempo. Padilha afirmou que houve a tentativa de incluir mulheres no time de alto escalão do novo governo, sem sucesso. Para embasar o argumento, citou o fato de que a chefe de gabinete de Temer será uma mulher, Nara de Deus.

— Nós tivemos essa composição. Foi feita a partir das sugestões que os partidos fizeram. Tivemos pouco tempo para fazer essa composição. Tentamos de várias formas buscar mulheres, mas não conseguimos, por razões que não convém discutir aqui. A chefe de gabinete do presidente, uma função de muito importância, é uma mulher. Nessas secretarias que perderam status de ministério, vamos trazer mulheres a participar — disse Padilha, em entrevista à imprensa após a primeira reunião ministerial de Temer.

E completou:

— Não tivemos, até agora, possibilidade de indicar mulheres, mas o núcleo de montagem vai incrementar mais a solicitação de que partidos tragam mulheres para esses postos que terão importância similar.

Dilma enfatiza falta de mulheres
Em encontro com jornalistas estrangeiros, a presidente afastada Dilma Rousseff lamentou a falta de negros e mulheres no ministério de Temer na primeira entrevista à imprensa após a aprovação de seu afastamento por 180 dias pelo Senado.

— Lamento que não haja mulheres e negros no ministério. Mulheres têm se mostrado competentes em todas as áreas. Tudo indica que o governo Temer será liberal na economia e conservador nas políticas sociais. Há um governo interino e ilegítimo em termos de votos — afirmou.

A representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman, também comentou a ausência de mulheres no Ministério.

— Hoje, o mundo discute a paridade de gênero como um dos objetivos globais que precisam ser alcançados até 2030 por meio do empoderamento político das mulheres. A democracia somente se realiza com a plena participação das mulheres em espaços de liderança e de tomada de decisões — disse Nadine, em entrevista ao GLOBO.

Desde a gestão do general Ernesto Geisel (1974-1979) não havia um governo federal sem mulheres no comando de pastas. Desde que a primeira mulher assumiu o comando de uma pasta do primeiro escalão — a ministra da Educação Esther de Figueiredo Ferraz, do governo de João Figueiredo (1979-1985) —, todos os presidentes sempre tiveram colaboração feminina em algum momento. Sarney contou com apenas uma ministra; Collor e Itamar, duas cada um; já Fernando Henrique Cardoso, ao longo de seus dois mandatos, teve quatro ministras; Lula, também em oito anos, reuniu dez mulheres na equipe. Já Dilma Rousseff, quando assumiu seu primeiro mandato, empossou outras dez mulheres. Sem contar ministras interinas, 14 mulheres ocuparam os gabinetes da administração de Dilma.

Fonte: O Globo

Curta nossa página no Facebook



Nenhum comentário:

Postar um comentário

AddThis