Quem apoia impeachment defende 'violência', diz Dilma

Pelo terceiro dia consecutivo, a presidente Dilma Rousseff transformou o Palácio do Planalto em palco para um ato contra o processo de impeachment. Nesta sexta-feira, 1, durante a assinatura de decretos para a reforma agrária e comunidades quilombolas, Dilma acusou os seus oposicionistas de incentivarem o clima de intolerância no País.

“Nós hoje precisamos nos manter vigilantes e oferecer resistência às tendências antidemocráticas. Oferecer resistência também às provocações. Nós não defendemos a perseguição de qualquer autoridade porque pensa assim ou assado. Nós não defendemos a violência. Eles defendem. Eles exercem a violência, nós não”, disse.

Após falar sobre reforma agrária e discriminação, Dilma afirmou que a construção de um País pacífico no convívio social é o princípio que permeia as ações do seu governo. Em seguida, disse que era importante a frase dita pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, “não vai ter golpe, vai ter reforma agrária” e emendou: “O País deveria estar fazendo ações para crescimento econômico”.

Dilma retomou também a comparação entre o atual momento político com o da ditadura militar. Segundo ela, “aspectos da democracia estão sendo ameaçados” por conta do impeachment. “Não é democracia quando os direitos de alguns são atropelados pelo arbítrio de outros”, completou.

Apesar do tom adotado pela presidente, representantes de movimentos sociais que participaram do evento fizeram discursos inflamados contra os que defendem o impeachment. O secretário de administração e finanças da Confederação dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), Aristides Santos, por exemplo, convocou invasões de terras de parlamentares ruralistas como forma de evitar o impeachment. “Vamos ocupar as propriedades da bancada da bala. Vamos ocupar os gabinetes deles e as fazendas deles contra o golpe”, disse.

Nesta semana, a presidente já havia transformado o lançamento da terceira fase do programa Minha Casa Minha Vida, na quarta-feira, em palanque contra o impeachment. Na quinta, Dilma reuniu dezenas de artistas e intelectuais para mais um ato de apoio à continuidade do seu mandato.

Durante a cerimônia desta sexta, foram assinados 21 decretos de desapropriação de fazendas para a reforma agrária e quatro decretos de regularização de terras quilombolas, totalizando 56.512 hectares. O governo também lançou um edital de R$ 4,5 milhões para projetos que promovam a igualdade racial.

Fonte: Estadão 

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