Remédios devem subir acima da inflação

Os medicamentos devem ter aumento acima da inflação, pela primeira vez, em dez anos. O setor aguarda do governo federal que o reajuste anual fique no patamar de 12,5%. Se isso for confirmado hoje, após publicação no Diário Oficial da União, terá forte impacto no dia a dia da população e no ramo da indústria farmacêutica. Os novos preços devem começar a valer a partir de hoje em todo o País.

Para o diretor tesoureiro do Sindicato do Comércio Varejista dos Produtos Farmacêuticos do Estado do Ceará (Sincofarma), Maurício Filizola, com o aumento elevado, todos saem perdendo. "Perde o distribuidor, a farmácia e o cliente", afirma. O diretor lembra que no ano passado a elevação foi de cerca de 6%. "A variação cambial e alta inflação (brasileira) estão entre os fatores que influenciam para o aumento maior este ano", analisa.

Após o aumento ser publicado no DOU, as farmácias poderão aumentar os valores dos remédios de imediato, mas fica a critério de cada estabelecimento fazer a sua programação nos preços. Diferente dos outros anos, Filizola informa que neste, a indústria também vai absorver de imediato a elevação. "O que observamos neste momento é que a indústria farmacêutica segurou medicamentos para os distribuidores. E as farmácias estão com dificuldade de encontrar os remédios", considera.

Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), Geraldo Monteiro, já é de praxe o aumento ocorrer, desde 2001, no último dia de março e destaca que é bom lembrar que quem o define é a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), ligada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ao Ministério da Saúde e não ao setor. "A própria inflação é quem eleva os valores. A distribuidora não faz preço. Apenas compra (os medicamentos) e revende", explica.

Alternativas
Monteiro ressalta que o que pode acontecer é o consumidor não sentir de imediato este reajuste elevado, pois como as farmácias fazem compras diárias, elas podem fazer promoções. "Para os clientes o que resta é pesquisar, pesquisar e pesquisar. Uma outra possibilidade é aderir a compra de genéricos e similares", sugeri.

Filizola confirma que para estimular as vendas e movimentar o varejo farmacêutico os estabelecimentos fazem promoções constantes. "Quando as farmácias recebem descontos nas compras dos medicamentos, isso é repassado. E o consumidor é beneficiado", diz.

Para reduzir o impacto da alta, o consumidor pode aderir aos programas de fidelização que vários laboratórios possuem, por meio dos quais é possível obter descontos de até 50% em alguns medicamentos de uso contínuo, por exemplo. É importante lembrar que muitos medicamentos têm subsídio do governo. O anúncio "Aqui Tem Farmácia Popular" em algumas redes indica que, no local, é possível comprar 112 tipos de remédios com até 90% de desconto.

CAROL KOSSLING
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

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