IFCE campus Crato distribui manivas de mandioca a agricultores da região do Cariri

Nesta quinta-feira (10), o IFCE campus Crato realiza, em parceria com a Embrapa e a Ematerce, a distribuição de manivas-semente de mandioca produzidas pelo campus. Agricultores familiares do Cariri cadastrados no Plano Brasil Sem Miséria serão beneficiados pela ação, que faz parte do projeto Reniva (Rede de multiplicação e transferência de materiais propagativos de mandioca com qualidade genética e fitossanitária), uma iniciativa da Embrapa.

O objetivo é viabilizar material livre de viroses para os agricultores, já que a qualidade das manivas, pedaços do caule que funcionam como sementes, influencia no sucesso da lavoura. “Quando as plantas são atingidas por viroses, os produtores não têm o retorno que poderiam ter e a produtividade é reduzida”, explica o técnico em agropecuária Rondynelle Sousa, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do plano de ação no IFCE campus Crato.

Na parceria, o instituto é responsável pela produção de plantas sadias isentas de virose, exercendo o papel de maniveiro. A seleção do material inicial ficou sob a responsabilidade da Embrapa, juntamente com a Ematerce, que também selecionou os agricultores a serem beneficiados. No campus, o agrônomo Joaquim Valdevino Neto e o técnico em agropecuária Rondynelle Sousa estão envolvidos no projeto.

Tecnologia de propagação
O Instituto utiliza a tecnologia de propagação rápida, desenvolvida pela Embrapa, para produzir as plantas de mandioca e multiplicar as manivas-sementes. Na primeira etapa do processo, foram selecionadas folhas de plantas visivelmente sadias e enviadas para o laboratório de virologia da Embrapa Mandioca e Fruticultura para análises. As variedades Piauí e Pretinha estão sendo propagadas na unidade de multiplicação rápida do IFCE campus Crato, mantida em parceria com a Embrapa.

Em seguida, pequenas manivas, 4 a 5 vezes menores que o tamanho adotado pelos agricultores para plantio direto no campo, são plantadas em câmaras de propagação. De acordo com seu desenvolvimento, os brotos são cortados e transferidos para uma câmara de enraizamento, num recipiente com água previamente fervida. Com a raízes bem desenvolvidas, passam por um processo de aclimatação em um viveiro antes do plantio definitivo no campo.

No total, o processo demora entre um ano e um ano e meio até que as manivas possam ser distribuídas para os produtores. São cerca de 70 dias entre o plantio na câmara de propagação até o plantio definitivo no campo. Depois, mais um ano até que as plantas amadureçam o suficiente para a retirada das manivas. As que serão distribuídas agora foram plantadas pelo IFCE em janeiro de 2015.

Sousa explica que a propagação rápida permite a produção de um maior número de descendentes, em comparação com o método tradicional de propagação da mandioca. Pelo sistema tradicional, uma planta adulta pode gerar entre 10 e 20 estacas; já com a propagação rápida, utilizada pelo IFCE, a mesma planta pode ser cortada em 150 estacas. Com mais manivas disponíveis, a produção de mandioca é ampliada. O objetivo é que os próprios produtores possam aplicar a técnica, que é de baixo custo.

Dez agricultores dos municípios de Farias Brito, Jardim, Santana do Cariri, Araripe e Salitre receberão manivas-sementes no dia 10. Eles passarão por treinamento e serão multiplicadores de manivas para outros produtores rurais do estado.

Projeto Reniva
A implantação do Reniva, criado para estimular a multiplicação de manivas-semente de mandioca em todo o Nordeste, começou em 2013. O objetivo é beneficiar agricultores familiares que fazem parte do Plano Brasil Sem Miséria, do governo federal.

O coordenador do plano de ação no Ceará é Francisco Weliton Lima, da Embrapa Caprinos e Ovinos. Ele explica que a propagação rápida é fundamental para a produção de mandioca na região: “É um componente essencial da alimentação tanto de humanos quanto de animais. A seca provocou a escassez das manivas, e o projeto é importante para promover rapidez na multiplicação dessas sementes”.

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