Caixa vai financiar até 70% do valor de imóvel usado

Na tentativa de estimular o financiamento imobiliário, a Caixa Econômica Federal anunciou, ontem (8), uma série de medidas de crédito. Menos de um ano depois de ter reduzido o teto do financiamento de imóveis usados para 50%, o banco resolveu aumentar o limite para 70%. Em abril de 2015, quando a Caixa anunciou a redução da cota, o teto era de 80%.

Segundo a presidente da Caixa, Miriam Belchior, este é o fator que mais impacta a demanda de habitação. Miriam ressaltou que a elevação da cota induz a demanda por imóvel novo.

Segunda unidade
A Caixa vai também passar a financiar a compra de um segundo imóvel, nas mesmas condições utilizadas para financiar o primeiro. Dessa forma, o cliente poderá ter dois imóveis financiados ou mais tempo para vender o primeiro, destacou a presidente da Caixa Econômica.

Em agosto do ano passado, a Caixa havia vetado novos empréstimos a clientes que já tinham um imóvel financiado.

Mais recursos
A presidente da Caixa afirmou que, com todas as medidas anunciadas nessa terça-feira, deve haver uma elevação de 13% dos recursos destinados ao crédito à habitação, ou R$ 16,1 bilhões, recursos que serão distribuídos no País de acordo com a demanda de cada unidade federativa. Com isso, a Caixa estima o financiamento de 64 mil unidades adicionais em relação ao que foi financiado em 2015. Ela comentou ainda que a Caixa está se preparando para ter mais eficiência e que, nesse sentido, o banco tem cortado custos.

Cota pelo SFH
O vice-presidente de Habitação da Caixa, Nelson Antônio de Souza, explicou que a instituição financeira elevou a cota de financiamento do imóvel usado pelo sistema de financiamento habitacional (SFH) de 50% para 70% para clientes do setor privado e para imóveis de até R$ 750 mil. Para setor público, cota foi elevada de 60% para 80%. Os imóveis usados financiados pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), acima de R$ 750 mil, em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, e de R$ 650 mil nos demais Estados, como o Ceará, passarão a ser financiados em 60%, dos atuais 40%, para o setor privado. Para o setor público, a cota passou de 50% para 70%.

Novos
Segundo Nelson Antônio de Souza, dos R$ 16,1 bilhões em funding habitacional aos quais o banco terá acesso em 2016 por meio dos recursos liberados pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), R$ 7 bilhões serão para a linha Pró-Cotista, R$ 6,7 bilhões para os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e R$ 2,4 bilhões para a linha de operações especiais - destinados à construção civil para produção de imóveis novos de até R$ 500 mil para pessoas físicas.

O Pró-Cotista é uma linha de recursos direcionada ao financiamento de imóvel residencial em áreas urbanas, exclusiva para contas vinculadas ao FGTS, com juros mais baixos.

Souza disse que os R$ 7 bilhões para a alinha Pró-Cotista serão divididos em tranches, sendo R$ 3,45 bilhões para a aquisição de imóveis de até R$ 225 mil; R$ 2,929 bilhões para compra de imóveis de até R$ 500 mil; e R$ 630 milhões para compra de imóveis de até R$ 750 mil.

Ele pontuou que basicamente a Caixa Econômica Federal trabalha com o sistema de amortização SAC, sendo poucos os financiamentos concedidos com base no sistema Price, enquanto os créditos concedidos ao setor público são a taxas inferiores às praticadas no setor privado.

Nas operações especiais, Souza disse que serão atendidas grandes médias e pequenas construtoras e que a taxa efetiva a ser praticada deve ficar em 8,84% ao ano somada à TR, enquanto a nominal situar-se em 8,50% ao ano mais a TR.

Fomento
Souza destaca que as medidas anunciadas visam fomentar a cadeia da indústria de construção como um todo. Nesse sentido, a retomada do financiamento do segundo imóvel é muito importante. Souza disse também que as decisões tomadas pelo FGTS voltadas à liberação de recursos para financiamento habitacional vêm ao encontro da necessidade de funding do sistema e da Caixa, que caíram em consequência da desaceleração da poupança.

"2015 já foi difícil para o funding e tivemos de estruturar outras formas para continuar emprestando", disse. Ele destacou que, por exemplo, em termos de captação por meio das Letras de Crédito Imobiliário, a Caixa já atingiu seu limite. "Acreditamos que as medidas atendem à necessidade de funding da Caixa e, por outro lado, por meio disso, podemos manter a participação no crédito habitacional", disse.

Fonte: Diário do Nordeste

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