Acabou de entrar na universidade? Veja 6 dicas para ajudar na adaptação

No mês de março, a maioria das universidades brasileiras começa seu período letivo. Depois de muito comemorarem a aprovação, os calouros finalmente terão o primeiro contato com um ambiente totalmente novo – matérias práticas, debates e aulas mais longas.

No princípio, pode ser que o estudante fique um pouco perdido diante das possibilidades que o ensino superior oferece, principalmente nas universidades públicas. Além disso, a dinâmica de aprendizado é diferente daquela vivida na escola, e é normal levar um tempo para se adaptar.

Para ajudar, conversamos com o professor de física Rodrigo Fulgêncio, que é coordenador do Curso Poliedro, e com Leonardo Siqueira, doutorando em antropologia social pela USP (Universidade de São Paulo). Confira as dicas que eles deram:

1- Calma, os primeiros anos são de conteúdos básicos
Para o professor Rodrigo Fulgêncio, a palavra-chave no início do curso é PACIÊNCIA. "O aluno chega com expectativas muito altas. O curso universitário é longo, [ele] dura cinco, seis anos", explica. Segundo ele, os primeiros anos apresentam conteúdos mais fundamentais para, depois, começarem a se especializar em uma área. "Por exemplo, os cursos de engenharia. O aluno precisa ter bem estabelecido matemática e física para depois aprender os conteúdos específicos", diz.

2- Não se preocupe em já ter de saber
Você superou o vestibular, que é uma prova abrangente (com o conteúdo de todo o ensino médio) e, em muitos casos, concorrida. Mas isso não obriga você a saber tudo. Se, por exemplo, ao ler um texto você não entender todas as citações e o que há por trás delas, acalme-se: isso é natural.

"O aluno deve entender como a citação se insere na lógica do texto, como ela contribui para construir a argumentação do autor", diz Leonardo Siqueira. Segundo ele, ter um conhecimento prévio dos autores não é imprescindível para entender um texto. "Às vezes é melhor que [o aluno] nem tenha a leitura prévia. Ele pode achar que o autor fez o uso errado do autor, quando, na verdade, deve entender a citação dentro da lógica do texto", complementa.

3- É natural estranhar o perfil das aulas
A experiência das aulas na universidade costuma ser diferente daquela encontrada nos cursos pré-vestibulares e nas escolas. Por exemplo, em vez de o professor explicar a matéria, o aluno pode ser convocado a apresentar um seminário e "dar a aula" para toda a classe.

"É fundamental que os alunos compreendam que as coisas mudaram. Não é como na aula de cursinho ou da escola, que o professor dá o conteúdo mais mastigado", explica Fulgêncio. Segundo ele, é essencial que o universitário seja mais independente e corra atrás dos conteúdos por sua conta, preenchendo as lacunas que as aulas podem deixar.

4- Como ler um texto teórico
Em geral, a maioria das aulas possui textos de apoio, a partir dos quais os professores desenvolvem aulas expositivas. E os textos são mais longos e mais complexos -- a dinâmica é bem diferente daquela que o estudante está habituado na escola na qual o material didático apresenta os conteúdos de maneira mais resumida e é acompanhado de esquemas e exercícios de fixação.

Portanto, o estudante deve apreender o conteúdo a partir da leitura. Para Leonardo Siqueira, durante a leitura, é essencial que o aluno entenda o argumento do autor e como ele é construído. Ou seja, qual é a linha de raciocínio, a lógica interna do texto.

Se encontrar dificuldade, o professor Rodrigo Fulgêncio recomenda que o calouro converse com os veteranos. "É bom conversar com pessoas que já passaram por isso, alunos do 3º ou 4º ano. Eles podem ajudar com tudo, com esse susto inicial de ritmo, de cadência na aula. Eles podem te indicar qual é o caminho mais fácil", explica.

5- E os seminários?
Os seminários (palestras em que um tema é apresentado) são um recurso muito utilizado durante a graduação. A intenção é que os alunos sejam os condutores da discussão de determinado assunto ou texto. Segundo Leonardo Siqueira, o aluno deve ter em mente, quando estiver preparando o seminário, em apresentar o texto em sua estrutura lógica, sem emitir opiniões. "Enumere os parágrafos, tente pontuar quantos argumentos há em cada um e exponha de maneira clara. Primeiro, [o aluno] tem de entender o texto e apresentá-lo, para depois opinar", diz.

6- Na escolha das disciplinas, avalie seus interesses
A grade horária no ensino superior é mais flexível que a da escola. O aluno pode escolher as disciplinas que vai cursar durante o semestre e também pode fazer matérias que não são obrigatórias na sua graduação (as chamadas disciplinas optativas). Uma boa saída na hora de definir suas escolhas é pensar nas disciplinas que melhor vão complementar a sua formação. Ou seja, além das matérias fixas em seu currículo, quais assuntos interessam a você e podem ser importantes na sua vida profissional? Vale aqui também a dica de pedir conselho aos colegas veteranos.

Fonte: UOL

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