Índice de dengue triplica em 2015 no Ceará

Diante das 55.061 confirmações de dengue no ano de 2015 no Estado do Ceará, mais que o triplo do registrado no ano anterior, quando 18.243 casos foram diagnosticados, a população recebe mais uma ferramenta para agilizar a detecção e o tratamento da doença. Conforme determinação do governo Federal, os convênios particulares de saúde do Brasil passaram a cobrir, desde ontem, 21 novos procedimentos, incluindo um teste rápido de dengue.

A ocorrência da enfermidade não apresentava índices tão altos desde 2011, quando mais de 57 mil pessoas sofreram com a dengue. Em 2015, foram 72 vítimas fatais, com outras cinco sob investigação, em comparação às 53 mortes confirmadas em 2014, conforme boletim divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). Além disso, houve a constatação de 788 casos mais severos da doença, sendo 664 de dengue com sinal de alarme e 124 de dengue grave.

O diretor do Hospital São José, Roberto da Justa, avalia que os números demonstram a necessidade de uma postura mais rígida, tanto da parte do poder público, quanto da população, para conter o avanço do Aedes aegypti, o mosquito transmissor do vírus da dengue.

"Isso demonstra a dificuldade em controlar o vetor. Ele se reproduz facilmente em qualquer acúmulo de água e a fêmea passa o vírus para as larvas. Por outro lado, há muito a se avançar em termos de controle do mosquito, tanto nas políticas públicas, quanto no cotidiano dos cidadãos. O conjunto desses aspectos explica a estatística tão alta de dengue e porque ainda convivemos com a doença mesmo depois de quase trinta anos do retorno do vírus ao nosso meio", elucida o médico.

Teste
A decisão do governo Federal inclui a realização dos testes para o antígeno NS1 do vírus da dengue. Roberto da Justa esclarece que esse é um passo importante, pois permite uma detecção segura e mais rápida da doença, o que melhora o tratamento dedicado aos pacientes.

"É um teste que dá resultado rápido, em meia hora já é possível tirar a dúvida do diagnóstico. Comparando com a sorologia tradicional, geralmente se espera entre 24 e 72 horas. O diagnóstico rápido permite uma conduta direcionada para a doença. Além disso, a dengue pode ser detectada de forma mais precoce. O teste aprovado detecta a doença a partir do terceiro dia de infecção, enquanto o tradicional só é positivo a partir do quinto dia", explica.

Ações
Visando combater o mosquito, também transmissor da febre chikungunya e do zika vírus, atual preocupação pela possível associação com casos de microcefalia, o governo Estadual lançou uma força-tarefa com quatro mil agentes de endemias e 18 mil agentes de saúde para visitar todas as casas do Estado. Além disso, todos os prédios públicos serão inspecionados uma vez por semana, em busca de focos de reprodução do Aedes.

RANNIERY MELO
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

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