Riquezas do Estado são concentradas em cinco cidades

A concentração de riquezas é uma realidade no Ceará. Apenas cinco municípios são responsáveis por mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, isto é, pela soma das riquezas da região. Fortaleza, Maracanaú, Caucaia, Sobral e Juazeiro do Norte possuem as melhores participações, somando, juntos, 61,73% do PIB cearense, como mostra a publicação PIB dos Municípios 2013, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em contraponto, Granjeiro, Baixio, Potiretama, Pacujá e Senador Sá tiveram as piores participações, os cinco estados acumulam apenas 0,14% do PIB. No País, Fortaleza registrou uma participação no Produto Interno Bruto Nacional de 0,9% em 2013, estando entre os 20 municípios que tiveram o índice acima de 0,5%.

O economista Allisson Martins esclarece que a concentração de riqueza em poucos municípios no Estado, ocorre devido a dinâmica econômica do Ceará, onde o setor de serviços possui cerca de 75% de peso da economia, sendo representado basicamente pelo comércio, pela atividade imobiliária e pelos profissionais liberais.

"Esses setores em essência necessitam de maior interação entre os atores econômicos, o que resulta na aproximação e concentração nos municípios mais dinâmicos", afirma.

Para diminuir a desigualdade econômica entre os municípios, Martins sugere que sejam feitas políticas desenvolvimentistas que priorizem a desconcentração de riquezas, sobretudo aquelas relacionadas a educação, promovendo a difusão do conhecimento que darão assim suporte a um crescimento sustentável, bem como a indução de setores produtivos estratégicos, que possam catalisar o processo de desenvolvimento local.

Mais rico e mais carente
Fortaleza, foi a responsável pela maior participação no PIB do Estado, com 45,72%. A riqueza da cidade equivale a R$ 49.745.920 em preços correntes. Já o PIB per capita de Fortaleza, somou R$ 19.494. O indicador é calculado a partir da divisão do PIB pelo número de habitantes da região.

Enquanto isso, o município mais carente do Estado, de acordo com a pesquisa do IBGE, é Granjeiro, localizado na Região Metropolitana do Cariri. O Interior apresenta apenas 0,02% do PIB do Ceará, somando R$ 24.639 em preços correntes e R$ 5.392 em PIB per capita.

A participação das capitais brasileiras na formação do PIB caiu 1,5 ponto percentual em três anos. De acordo com a publicação divulgada IBGE, a participação das 27 capitais passou de 34,3% em 2010, para 32,8% no ano do levantamento.

Fortaleza apresentou uma participação de apenas 0,9% no Produto Interno Bruto Nacional de 2013. O economista Allisson Martins justifica a baixa representatividade da Capital cearense devido a replicação do modelo de desenvolvimento econômico brasileiro, onde concentram-se em apenas sete municípios cerca de 25% do PIB do País. "Infelizmente a baixa participação de Fortaleza no PIB nacional não é de se estranhar, haja vista que o PIB do Ceará é de apenas 2% do Brasil. Penso que estratégias dinamizadoras do crescimento, a exemplo de incentivos as atividades de natureza tecnológica, turismo, saúde e serviços financeiros, podem colocar a cidade em uma trajetória de crescimento sustentável no longo prazo", esclarece.

Os dados confirmam a desigualdade e concentração de renda no País. Um quarto da renda e 13,8% da população brasileira se concentram em apenas sete dos 5.570 municípios do País: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Manaus e Campo dos Goytacazes. Juntos, eles respondiam por aproximadamente 25% do PIB, a soma de todas as riquezas produzidas no Brasil.

Fonte: Diário do Nordeste

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