Milhares vão às ruas contra o impeachment de Dilma


Milhares de pessoas foram às ruas de 23 estados nesta quarta-feira 16 em manifestações contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Os atos, realizados três dias após manifestações a favor da remoção da petista – que minguaram em comparação com os protestos anteriores contra o governo – foram organizados por movimentos sociais e partidos políticos de esquerda.

De acordo com o Datafolha, 55 mil pessoas participaram dos atos desta quarta-feira 16 em São Paulo. No domingo 13, nos atos contra Dilma, foram 40 mil pessoas de acordo com o mesmo instituto.

Além dos protestos contra o impeachment de Dilma, visto como fruto de um processo ilegítimo, os manifestantes desta quarta se uniram em torno do "fora Cunha", bandeira que pede o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e das críticas ao ajuste fiscal colocado em prática pelo governo Dilma Rousseff. No início da noite, a Procuradoria-Geral da República pediu o afastamento de Cunha do cargo de deputado federal e, por consequência, da presidência da Câmara.

As duas últimas causas foram as que permitiram a união de movimentos mais próximos ao governo, como a UNE, o MST e a CUT, a grupos críticos do Planalto, como o MTST e o Psol. Militantes e políticos de siglas como o PT e o PCdoB também integraram as manifestações.

“É um ato cívico, um ato em defesa da democracia, em defesa da cidadania e da liberdade, pelo fora Cunha e pela mudança da política econômica”, disse à Agência Brasil Vagner Freitas, presidente nacional da CUT, em São Paulo

"O Brasil precisa de tranquilidade para construir um projeto de desenvolvimento. Nossa agenda não é do impeachment e da Lava Jato. É da mudança da política econômica e da construção de um projeto de desenvolvimento”, acrescentou. Na capital paulista, os manifestantes se concentraram no vão livre do Masp, fecharam os dois sentidos da avenida Paulista, e caminharam até a Praça da República, no centro da cidade.

No Rio de Janeiro, um palco foi montado em frente à Cinelândia, no centro da cidade, onde se concentraram os manifestantes. Para a integrante da União dos Negros pela igualdade, Sônia Nascimento, um possível impeachment de Dilma seria uma ruptura no regime democrático. "A gente acha que é um golpe porque não tem provado nada contra a nossa presidenta. Ela não foi julgada, não tem nada que desabone a conduta dela enquanto presidenta do país, por isso a gente vê a iminência de um golpe”, afirmou à Agência Brasil.

Para Nascimento, o País precisa melhorar em vários setores, como saúde e educação. “Mas não é por isso que a gente vai querer um golpe, a gente vai lutar pela democracia, para que o País melhore cada vez mais. A gente ficando passível pelo golpe, o País retrocede", acrescentou.

O ator Osmar Prado disse que está participando da manifestação como cidadão, representando a classe artística engajada na luta democrática. "Nós estamos hoje aqui pelo Estado Democrático de Direito, para garantir a governabilidade do governo legitimamente  eleito de Dilma Rousseff, para que não haja casuísmos, golpes ou tentativas antidemocráticas de tomada de poder”.

Prado afirmou ainda que todos os governos fizeram manobras fiscais como as que Dilma está sendo acusada. "Deixem Dilma governar e derrotem-na se o quiserem, democraticamente, em 2018, se o povo assim o permitir"

Também no Rio, houve um ato em frente ao escritório de Cunha, no centro do Rio. Durante o protesto, os manifestantes jogaram para o alto notas de dinheiro impressas com a imagem de Cunha e gritaram “empurra o Cunha que ele cai” e “não vai ter golpe”.

Fonte: Carta Capital

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