Juazeiro do Norte (CE): Venda de imóveis despenca 50%

A realidade da crise econômica tem atingindo em cheio o mercado imobiliário de um dos mercados mais promissores do interior do Estado. Juazeiro do Norte, que nos últimos anos comemorava lançamentos de grandes empreendimentos, com a vinda de novas construtoras até da capital do Estado para se instalarem na região, amarga neste segundo semestre do ano, uma queda nas negociações do setor em cerca de 50%, segundo Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), no município.

Como forma de aquecer o setor, durante o mês de novembro será realizado pela primeira vez o feirão Liquida Imóveis Cariri, por meio de parcerias entre as construtoras da região.

A alta nos juros e o aumento das exigências para se conseguir financiamentos têm sido grandes entraves, que afastaram o comprador. As pessoas estão mais temerosas em relação ao futuro, para contrair novas dívidas. E isso tem feito com que projetos previstos para serem realizados na cidade, tenham sido adiados pelas construtoras, algumas delas chegaram a fazer lançamentos e estavam expondo suas propostas. Agora, essas aguardam reações favoráveis na economia.

Especulação
Para o corretor Fagner Canuto, o mercado juazeirense vinha há alguns anos, num crescimento surpreendente e isso fez com que houvesse grandes especulações em relação ao setor, provocando, muitas vezes, preços bem acima da realidade.

"Em relação a isso, podemos entender que o mercado se volta para a realidade e isso não quer dizer que as vendas estão ruins. É visível uma queda, mas vemos que a criatividade para conter a crise é muito importante", explica Canuto.

Uma das áreas consideradas entre as mais valorizadas da região, no bairro Lagoa Seca, em Juazeiro do Norte, são visíveis os investimentos em construções verticais com a participação de construtoras não apenas da região, mas de Fortaleza.

Valores
Há apartamento que chegam a mais de R$ 1 milhão, em construções de alto padrão, conforme a presidente do Creci, Rochelly Cordeiro. Em bairros como o Triângulo, há uma grande concentração de prédios comerciais, que continuam tendo os seus projetos executados.

Mas, para aquelas pessoas que conseguiram economizar mais um pouco para adquirir o seu imóvel, chegou a oportunidade também de ter um poder de barganha maior no preço final. Há descontos em compras à vista de até 30%, dependendo no nível de negociação que estabelece com o profissional.

Segundo Canuto, esse tem sido o lado bom, que ao mesmo tempo não tem deixado com que o mercado fique parado. Diante disso é que está sendo articulado junto a várias construtoras, o Liquida Imóveis, de 9 a 20 de novembro, e os detalhes finais, inclusive a marca do evento, está sendo finalizada nesta semana. "A ideia é não deixar cair o volume de vendas", disse.

Para Canuto, com a redução especulativa do mercado, abre também uma oportunidade maior de negociação. Ele calcula que houve uma redução nas vendas. Tanto para quem compra como aluga imóveis, o corretor disse que acaba tendo uma vantagem em relação à valorização da casa, apartamento ou terreno, mas há uma resposta maior em relação aos preços dos aluguéis, que, consequentemente, acabam tendo aumento.

Com o crescimento da oferta de imóveis, principalmente apartamentos no padrão B, com cerca de 120 metros quadrados, os preços estão em torno de R$ 400 mil a R$ 800 mi. Assim já entram numa faixa de renda um pouco mais alta.

Para a coordenadora do Creci, Rochelly Cordeiro, a realidade de vendas tem sido sentida pelo mercado. Ela avalia que a velocidade nas negociações estava bem maior, e hoje as pessoas estão mais cautelosas, em fazer investimento.

A greve dos bancos, nos últimos dias, tem contribuindo para a redução grande nas vendas. Para a coordenadora do Creci, a crise acaba afetando todos os setores. "Este mês cheguei a vender mais casas, mas no caso dos terrenos houve uma parada maior, mas a gente percebe que é muito relativa essa realidade", diz ela.

Praticidade
A corretora destaca que diante do 'boom' imobiliário na região, a nova realidade de mercado era esperada, mas foi bem diferente do que se pensava, porque veio acompanhada de uma crise na economia. E as vendas de apartamentos continuam em alta, comparando-se com casas, principalmente pela praticidade e segurança ofertadas.

Conforme Rochelly, caso houvesse uma oferta tão boa de imóveis como no ano passado, ela afirma que no próximo mês de novembro, já poderia parar, pelo bom volume de vendas que obteve em 2014. "Poderia passar até três meses sem vender, que estaria satisfeita", diz ela.

Expectativa
Mesmo com essa realidade, a corretora diz que ainda há muito empreendimento e continuam acontecendo os lançamentos. Para Rochelly, este ano de 2015 está sendo uma forma de planejar para que no próximo se possa ver os negócios acontecerem com melhores resultados.

"Nesse momento a gente tem clientes, procura, mas acredito que a movimentação maior será apenas no próximo ano. Pelos menos é o que espera", completa a coordenadora.

Mais informações
Delegacia Regional do Creci em Juazeiro
Rua José Marrocos, 31, Centro
Telefone: (88)3512. 1370

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

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