Cientistas afirmam: "Aquecimento global é balela e alimenta uma indústria de milhões de dólares"

Antes que você se sinta culpado o suficiente para mudar toda sua vida em prol da natureza (que você irá descobrir que é somente em prol da raça humana), fique atento. Pesquisadores de universidades como Oxford, Chicago e Toronto, de instituições como a Nasa e de consultorias como a britânica Boustead, que analisa o impacto ambiental de produtos há quase 40 anos, mostram que estamos fazendo tudo errado: a energia eólica não vai salvar o mundo, você não precisa comprar só comida produzida na região, as sacolas plásticas não são o grande bicho-papão. Conheça 9 mitos verdes — e como você realmente poderia ajudar a salvar nossa pele.

1. Coma só alimentos locais
Em vez do cultivo local em pequenas propriedades, o futuro da dieta sustentável pode estar no livre comércio da agricultura de larga escala e global. Esta é a defesa do geógrafo e professor da Universidade de Toronto, no Canadá, Pierre Desrochers, e da consultora de economia japonesa Hiroko Shimizu. Eles estão prestes a lançar o primeiro livro totalmente dedicado ao debate sobre comida local: In Praise of the 10,000 Mile Diet. A Globavore's Manifesto (Em Homenagem à Dieta de 10.000 milhas. Um Manifesto Globavore), em que se contrapõem a um movimento alimentar que ganhou força na Europa e América do Norte nos últimos anos, o Locavore. Seus adeptos tentam consumir só alimentos da região — os mais radicais limitam a distância a 160 km — para evitar emissões de CO2 com transporte.

Os autores rebatem. “Esse preceito desconsidera um fator relevante, a produtividade”, diz Desrochers. Nos EUA, por exemplo, o transporte responderia por 11% da emissão de carbono no ciclo de vida de um alimento, enquanto a produção ficaria com 83%. Importar comida de produtores de longe que usam tecnologias eficientes, com baixo gasto energético, seria menos agressivo do que usar alternativas locais, especialmente fora da estação. “Tornarmo-nos intransigentes Globavores nos dará a oportunidade de apreciar a variedade de comida do mundo, e também de salvar o planeta”, afirma Desrochers.

Um estudo, de 2005, do departamento inglês de meio ambiente e agricultura mostra que levar tomates da Espanha para a Inglaterra é quatro vezes menos poluente do que cultivá-los localmente. Comprar maçãs inglesas no inverno também geraria mais CO2 do que abocanhar as importadas do verão neozelandês, pois o gasto de energia com transporte seria menor do que o para manter as frutas congeladas entre verão e inverno. A ideia é velha: comer alimentos da estação. A novidade é que pode ser da estação do outro lado do mundo. Nada demais para um Globavore.

A dieta sustentável também depende do que você come. “Se você compra carne e queijo local provavelmente sua pegada de carbono é maior do que a de quem compra comida de fora, mas não consome alimentos bovinos”, afirma a geofísica e professora da Universidade de Chicago Pamela Martin, que irá publicar ainda neste ano o resultado de uma análise de três anos dos gastos energéticos de produções agrícolas locais e não locais. Bois e vacas emitem metano — gás com potencial de efeito estufa 23 vezes maior que o CO2 — na flatulência. Por isso, se você quer ser sustentável, coma menos carne. “Não que todo mundo precise ser vegetariano — eu não sou. Mas vai fazer uma grande diferença”, diz ela.

2. Proíba as sacolas plásticas
Isso pode não resolver o problema. Em cidades em que elas foram banidas dos mercados, como São Francisco, na Califórnia, o que se viu foi um enorme aumento do consumo das sacolas de papel — o que pode não ser tão amigo do meio ambiente. Embora venham de fonte renovável — a celulose das árvores—, estudos sugerem que sua produção seria mais poluente do que a de sacolas plásticas, feitas com derivados de petróleo (veja abaixo).

Em uma análise que comparou a emissão de poluentes desde a extração de matéria-prima até a disposição final dos produtos, a consultoria inglesa Boustead concluiu que sacolas de papel com 30% de fibras recicladas emitiriam o dobro de CO2 do que as de polietileno (o plástico usado nas sacolinhas de supermercado). Boa parte da diferença se deve ao uso de água na fabricação, 17 vezes maior do que na produção de sacolas plásticas, e na geração de lixo, que chega a ser quase cinco vezes superior. “Precisamos fazer a transição das sacolas que são usadas apenas uma vez para as retornáveis. E não de um tipo de sacola de uso único para outro”, disse Sam Liccardo, do Conselho da Cidade de São José, vizinha a São Francisco, sobre o fato de a cidade ainda não ter banido as sacolas plásticas em favor das de papel. Está aí um consenso. "Sem dúvida a sacola retornável causa um impacto menor, desde que seja realmente usada várias vezes", diz a pesquisadora do Centro de Tecnologia de Embalagens do Instituto de Tecnologia de Alimentos de São Paulo Eloísa Garcia. Entre a sacola plástica e a de papel, então, prefira a de pano.

3. A energia eólica é a mais sustentável 
É sustentável, mas pode não resolver o problema. É fato que os combustíveis fósseis são grandes vilões: respondem por 85% de todas as emissões humanas de CO2. No entanto, pelo menos 67% de toda a energia elétrica produzida no planeta vem de fontes fósseis, como carvão e gás. Como é impossível imaginar a vida sem eletricidade, os cientistas estão à procura de substitutos. A energia eólica é das mais cotadas. Enquanto o carvão emite de 757 a 1.085 toneladas de CO2 por GWh de eletricidade, a energia do vento libera de 7 a 15 toneladas. “Porém é cara e tem baixa densidade energética. Precisa-se de uma área muito grande para produzir uma quantidade pequena de energia”, diz José Antônio Terremoto, pesquisador do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Outra desvantagem é o risco de descontinuidade, já que os ventos são irregulares. “O melhor é termos um balanço de várias fontes e não depender só de uma”, diz Martin Taylor, da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 31 países desenvolvidos.

É aí que entra a energia nuclear, defendida por nomes como o pesquisador de ciências climáticas da Nasa, James Hasen, e um dos ambientalistas mais influentes do século 20, James Lovelock. A energia atômica emite de 3 a 20 toneladas de CO2 por GWh de eletricidade. Mas a principal diferença está na densidade: “Com uma pequena área e volume, tem-se uma potência elétrica alta”, diz Terremoto. Por isso, ela poderia substituir o carvão. A China, por exemplo, já está construindo 16 novas usinas nucleares.

4.Precisamos de conferências climáticas 
Que nada, elas não costumam passar de discussões sem fim. Enquanto líderes mundiais se reuniam em Cancun para a 16ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em dezembro passado, o site WikiLeaks soltou um documento que desnudou os esforços diplomáticos dos países presentes. Ele revelava que, no encontro anterior, na Dinamarca, Estados Unidos e China juntaram esforços para sabotar qualquer acordo que obrigasse os países a reduzirem suas emissões de CO2. Com os dois maiores poluidores do mundo contra as decisões coletivas, a reunião acabou se resumindo a um desfile de personalidades: “Apareceram o Lula, a Dilma, a Marina Silva, o Serra... Essas reuniões tendem a ser um grande blablablá”, diz Marco Antonio Fujihara, diretor da consultoria de soluções sustentáveis Key Associados. Ele já participou de 13 conferências climáticas como representante do setor empresarial e industrial. “São 190 países e o princípio é o do consenso”, diz o economista da Universidade de São Paulo (USP) José Eli da Veiga, especializado em desenvolvimento sustentável, com mais de dez livros sobre o tema. Ou seja, se um país discordar de uma proposta, ela não vai adiante. “O G20 concentra no mínimo 90% das emissões mundiais. Se ele fizer um acordo, teria uma chance imensa de ser aprovado”, diz, se referindo ao grupo dos 20 países mais ricos do mundo.

5. Reclicle, recicle, recicle 
O mantra parece ter encontrado uma concorrência explosiva. Um relatório da Institution of Mechanical Engineers, organização que reúne engenheiros mecânicos do Reino Unido, de 2008, recomendou ao governo britânico queimar parte dos 300 milhões de toneladas de lixo produzidos por ano no local para gerar energia. Em Viena, na Áustria, na planta industrial de Spittelau, a técnica remove da cidade 263 mil m3 de lixo (suficiente para encher 105 piscinas olímpicas) e os transforma em calor para aquecer 190 mil residências. A queima tem controle de emissão de poluentes na atmosfera e pode gerar, além de calor, energia elétrica e combustível. No final, sobram cinzas, que vão para um aterro.

A incineração não é regra — para vidros e metais seria mais eficiente a reciclagem, índice que chega a 91,5% no caso das latas de alumínio no Brasil. Além disso, essas matérias-primas não têm poder de combustão, ao contrário do papel e, especialmente, do plástico. Esse último, como bom derivado fóssil, pega fogo rápido. E possibilita o improvável: reaproveitar petróleo. “Cerca de 95% de sua extração é para produzir energia e 5% vira plástico. Aproveitar o poder de combustão contido nesses plásticos é usar duas vezes sua matéria-prima: primeiro como um material, depois como energia”, diz a pesquisadora Eloísa Garcia, do Instituto de Tecnologia de Alimentos de São Paulo.

6. Compre um carro elétrico
Manter o que você já tem na garagem pode ser uma opção melhor. A grande defesa do carro elétrico é ele emitir menos CO2 na rodagem por não usar combustíveis fósseis. No entanto, sua fumaça não sai do escapamento, mas das usinas de eletricidade. E aí, a matriz energética do país passa a importar mais que o tipo de carro eleito.

Um estudo feito por Reed Doucette, pesquisador do departamento de engenharia de Oxford, na Inglaterra, compara as emissões de CO2 de carros elétricos e convencionais em países com matrizes energéticas distintas. Na China e Índia, que usam combustíveis fósseis para gerar energia, o desempenho do automóvel movido a eletricidade foi desanimador, chegando em algumas situações a poluir mais do que o carro convencional. “A menos que os países descarbonizem suas matrizes energéticas, os carros elétricos vão diminuir muito pouco, em alguns casos até aumentar a emissão de CO2”, afirma Doucette.

Nos países em que a fonte energética é menos poluente, o elétrico poderia valer a pena. O estudo de Doucette apontou que, na França, que tem energia predominantemente limpa, o automóvel elétrico se saiu bem em relação ao concorrente a gasolina. O resultado poderia valer para o Brasil. Ainda assim, há uma alternativa que pode ser mais verde: o carro usado, em bom estado.

A fabricação de um automóvel é altamente poluente. Um elétrico, como o Toyota Prius, feito no Japão (que usa fontes sujas de energia), emite em sua produção a mesma quantidade de CO2 que um carro a gasolina ao longo de 64 mil quilômetros rodados. Então, o melhor pode ser usar um carro em que esse débito já esteja quitado. “Se você tiver um automóvel eficiente (digamos 17 km por litro) e não dirigir tanto assim, o melhor seria mantê-lo. Mas não se esqueça de fazer a manutenção", diz Mike Berners-Lee, autor de How Bad Are Bananas? The Carbon Footprint of Everything (O Quão Ruins São as Bananas ?: A Pegada de Carbono de Tudo, inédito em português).

7. Vamos comprar e vender créditos de carbono 
Criar um imposto sobre CO2 pode ser melhor. O mercado de carbono é um mecanismo estabelecido no Protocolo de Kyoto, de 1998. O documento traçou limites máximos para emissão anual de poluentes para os países que o assinaram (quase todos os desenvolvidos, exceto os Estados Unidos) e esses países impuseram limites de emissão às suas empresas. Se elas os ultrapassarem, podem comprar uma cota de outra empresa, dentro ou fora do país, que tenha conseguido baixar suas emissões comprovadamente. Em 2009, esse comércio movimentou US$ 144 bilhões.

Porém, esse tipo de transação praticamente vende às empresas o direito de poluir. “Tem que ser muito fiscalizado, porque pode ser usado para justificar a não-ação”, diz Tasso Azevedo, assessor de floresta e clima do Ministério do Meio Ambiente. E se o mercado funcionar perfeitamente, só irá abater 5% das emissões. “O que é pífio”, diz o economista especializado em desenvolvimento sustentável José Eli da Veiga. Ele defende a criação de um imposto sobre emissão de CO2, o que já foi adotado em países como Suécia, Noruega, Holanda e Finlândia. A taxa incidiria sobre usinas ou refinarias, que passariam parte dos custos aos consumidores. A conta de luz aumentaria. Mas o dinheiro arrecadado com os impostos poderia ser distribuído para a população. O valor seria dividido em partes iguais. Assim, cada cidadão receberia uma média do imposto pago no país. Quem tivesse consumido menos energia e, consequentemente, devido menos imposto, sairia no lucro, já que pagou um valor menor do que o que recebeu depois. Apagar a luz seria um bom negócio.

8. Combater mudanças climáticas é caro
Pode ser barato e vai ter até quem ganhe dinheiro com isso. Os cálculos do IPCC apontam uma diminuição de 3% do PIB mundial até 2030 se investirmos em matrizes energéticas mais limpas, sistemas de transporte público e sobre trilhos, indústrias mais eficientes e reflorestamento. Mas seria o caro que sairia barato. “O custo de reduzir emissões é muito menor do que o de nos adaptar às mudanças que virão com o aquecimento global”, diz o climatologista Carlos Nobre, do Inpe. Os gastos também podem ser encarados como um grande investimento. “A economia de baixo carbono é a nova onda do capitalismo”, diz o economista José Eli da Veiga. “A transição da carruagem para o carro teve um custo para quem produzia carruagem, mas foi lucrativa para a indústria automobilística.”

A consultoria americana McKinsey comparou os gastos de cada ação necessária para enfrentar o aquecimento global. Um terço delas daria lucro, como trocar lâmpadas incandescentes por LED. Outro terço são relativamente baratas, como produzir energia nuclear. "Só a última parte é de coisas mais caras”, diz o assessor do Ministério do Meio Ambiente Tasso Azevedo. Mas aí estamos falando de enterrar carbono debaixo da terra.

9. O aquecimento global vai acabar com a Terra
Nada disso, quem corre risco de desaparecer é você. Pois a Terra não vai nem sentir cócegas. No passado, a temperatura do planeta já variou mais do que as piores atuais previsões do IPCC — que chegam a um aumento de até 4°C. Na época dos dinossauros, há 100 milhões de anos, o planeta chegou a ser 8°C mais quente do que agora. Ele vai se adaptar ao aquecimento; o problema vai ser para a espécie humana. Se a pior hipótese do IPCC se concretizar, pode haver desaparecimento das florestas tropicais, secas nas regiões equatoriais e tempestades monstruosas em várias partes do mundo. A fome seria um dos resultados, levando à desnutrição e mortes. Além de guerras pelas terras ainda férteis. As chuvas trariam alagamento, deslizamentos e furacões. A meningite, relacionada à sequidão, se espalharia ainda mais pela África. A dengue e a malária atingiriam outras regiões do globo — a malária hoje se concentra na zona subsaariana e já mata 781 mil pessoas por ano. Matricule-se já num curso de sobrevivência em situações-limite. Salvar o planeta é coisa do passado, você terá que salvar a si mesmo.

O estatístico dinamarquês Bjorn Lomborg se tornou conhecido (e odiado) a partir da publicação de seu polêmico livro O Ambientalista Cético (Campus), de 2001, em que afirmava que o dinheiro destinado a combater o aquecimento global deveria ser usado para enfrentar problemas mais urgentes, como a Aids. No ano passado, ele lançou Smart Solutions to Climate Change (Soluções Espertas para as Mudanças Climáticas, ainda sem edição brasileira), em que volta atrás nessas afirmações. Bjorn explicou à Galileu o que aconteceu.

Hoje você acredita que deveríamos gastar dinheiro para enfrentar o aquecimento global?
Sim, mas devemos fazê-lo do modo esperto. Veja a política da União Europeia, por exemplo. Até 2020, eles pretendem emitir 20% menos gases do efeito estufa do que em 1990. Isso vai custar US$ 250 bilhões por ano. E, mesmo assim, só representará um decréscimo de 0,5ºC na temperatura do final do século.

E por que você mudou de ideia entre seus dois últimos livros? 
Não foi isso que aconteceu. Em 2001, eu falei que o corte de carbono era uma ideia ruim. Ela ainda é. Eu me foquei em encontrar modos mais inteligentes de enfrentar o problema. Juntamos algumas das mais brilhantes mentes do mundo e concluímos que deveríamos nos focar na pesquisa e desenvolvimento de energias verdes. Se os países se comprometerem a gastar 0,2% de seu PIB para desenvolver essas tecnologias verdes, que não emitem CO2, os gastos mundias cresceriam 50 vezes e ainda assim sairia mais barato do que o corte de carbono.

Você ainda se considera um cético? 
Eu sempre serei um cético em relação a como combatemos o aquecimento global. Não sou cético em relação à ciência, mas aos esforços de políticos em nos convencer de que o aquecimento global será terrível.

Todo ano a agência americana de marketing ambiental TerraChoice faz uma pesquisa para descobrir quantos dos produtos que se declaram verdes são realmente sustentáveis. Em 2010, 95,5% cometiam greenwashing (lavagem cerebral verde), prática em que os danos ambientais dos produtos são escondidos dos clientes. O diretor da TerraChoice, Scot Case, falou à Galileu das pesquisas.

Qual a definição de greenwashing? 
É o exagero, intencional ou não, dos benefícios ambientais de um produto. Em sua forma mais simples, representa a confusão dos consumidores sobre o que compram. As empresas precisam ser mais claras com seus clientes sobre os benefícios do que estão vendendo.

O número de produtos que realmente não danificam o meio ambiente dobrou entre 2009 e 2010. Por quê? 
Os consumidores estão se tornando mais sofisticados e começam a exigir mais informações. E quando compram um produto que sofreu greenwashing, ficam bravos com a loja ou mercado onde fizeram a compra. Então os revendedores estão pressionando também. Outro motivo é que governos ao redor de todo o mundo estão começando a fazer regras mais claras para o marketing ambiental.

A empresa precisa mentir para cometer greenwashing? 
Não necessariamente. Nas pesquisas, vemos que menos de 1% dos produtos que sofreram greenwashing contêm mentiras completas. O que é mais frequente são as verdades parciais. Normalmente a empresa chama a atenção somente para um aspecto dos danos ambientais e ignora outros. Por exemplo, ressalta que uma mercadoria é feita de modo livre de carbono, mas não diz que contém materiais tóxicos.

Fonte: Galileu

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