Hospital Regional do Cariri reduz óbitos por AVC e evita sequelas

A unidade de AVC agudo do Hospital Regional do Cariri, da rede pública do Governo do Estado, em Juazeiro do Norte, realizou 1.594 atendimentos, em dois anos e cinco meses de funcionamento. Do total de atendimentos, 31% dos pacientes retornam para casa após passar pela unidade, 61% dão sequência ao tratamento na Unidade de Cuidados Especiais (UCE), 2,6% são encaminhados para UTI e apenas 3% vão a óbito.

Segundo o coordenador da Unidade de AVC do HRC, Gustavo Vieira, médico neurologista, 51,6% dos pacientes são do sexo masculino e 48,4% são mulheres, com idade média de 69 anos. Entre os fatores principais de risco que contribuem para o AVC estão: hipertensão arterial, diabetes e obesidade, como também o uso de álcool e de cigarro. De acordo com Gustavo Vieira, a criação da unidade de AVC na região do Cariri, projeto de descentralização do Programa de Atenção Integral e Integrada ao AVC no Ceará, tem reduzido de maneira significativa o número de óbitos. “Para que o AVC deixe de ser a doença que mais mata no Ceará e no Brasil, é preciso que exista uma rede de atendimento. Com a criação da unidade no Cariri, a pessoa que está tendo um AVC tem acesso a exames como a tomografia, à medicação trombolítico (remédio para tomar na fase aguda do AVC) e na sequência, a reintegração desse paciente na sociedade”, afirma o neurologista Gustavo Vieira.

O tratamento trombolítico diminui em 18% os níveis de mortalidade e 36% na morbidade. O uso do medicamento só pode deve ser feito até quatro horas e meia após o AVC e o tempo do início dos sintomas até a chegada no HRC, em média, são de 10h. Gustavo Vieira acredita que esse tempo pode diminuir com o auxílio tecnológico do “SOS AVC”, um dispositivo criado pelo Comitê Especial de Controle ao AVC no Ceará em parceria com o Hospital Albert Einsten, em São Paulo e disponível de forma gratuita para aparelhos celulares com os sistemas iOS e Android.

Atualmente, a unidade de AVC do HRC atende 30 pacientes vítimas de AVC isquêmico. Um deles é a aposentada Maria de Jesus dos Santos, 72 anos. Moradora de Juazeiro do Norte. Ela conta que a agilidade no atendimento contribuiu para a rápida melhora. “Estou internada há dez dias. Quando cheguei aqui estava sem sentir uma das pernas e com muitas dores na outra. Hoje, estou muito bem, já comecei a sentir a perna novamente e consigo dar alguns passos com uma pessoa me ajudando. Acho que se tivesse que ser levada para outro lugar como Fortaleza, que fica muito longe, minha recuperação teria sido mais demorada”, disse Maria de Jesus.

O neurologista e coordenador da unidade de AVC do HRC destaca a importância em ficar atento aos principias sintomas dessa doença silenciosa que pode atingir qualquer pessoa, inclusive crianças. “A orientação é simples: pedir para a pessoa com suspeita de AVC fazer o teste utilizando as letras da palavra SAMU. Para o “S”, pedir para a pessoa dar um sorriso. Se o sorriso sair torto ou se a boca entortar para um dos lados, pode ser um AVC. Para a letra “A” peça para dar um abraço. Se a pessoa tiver dificuldade para levantar ou após levantar os dois um deles cair, pode ser um AVC. Para a letra “M” basta pedir que diga uma mensagem, uma frase. Caso negativo, a pessoa pode estar sofrendo um AVC.

Por último, vem a letra “U”, que significa urgente, é ligar para o SAMU 192. O HRC, primeiro hospital no interior construído pelo Governo do Estado, e primeiro do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com mais de 200 leitos, a receber o título de Acreditado nível II, pela qualidade na assistência oferecida e pela segurança do paciente,.dispõe de 10 leitos na unidade de AVC agudo e 29 leitos para cuidados ao AVC crônico. Além de dois neurologistas, a unidade de AVC do HRC conta com sete médicos clínicos, cinco enfermeiros, doze técnicos de enfermagem, dois fisioterapeutas, nutricionista, fonoaudiólogo e assistente social.

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

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