Lula anuncia que voltará a viajar pelo país

Sem falar abertamente em campanha, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (11) que está se preparando para voltar a viajar pelo país. As declarações foram feitas durante a cerimônia de abertura da 5ª Marcha das Margaridas, em Brasília. Segundo ele, suas viagens farão parte de um esforço que incluirá a própria presidente Dilma Rousseff (PT), ministros, deputados, senadores aliados ao governo para contornar a crise política. O nome de Lula é especulado para disputar a presidência da República em 2018.

"Eu estou quieto no meu canto, mas todo dia, todo santo dia tem uma provocação. Todo santo dia, tem uma coisa. E eu estou quieto, portanto, eu queria dizer pra vocês que eu estou preparando o meu caminho para voltar a viajar por esse país", disse o ex-presidente antes de ser ovacionado pelo público.

A ideia, segundo o ex-presidente, é que os aliados se dividam em viagens por diferentes partes do país para "discutir" o Brasil.

"Ela vai continuar andando por um canto, os ministros vão ter que andar por outro, os deputados por outro, os senadores por outro e eu por outro. Eu quero ver se os nossos adversários estão dispostos a andar por esse país e discutir esse país como ele precisa ser discutido", disse Lula.

A Marcha das Margaridas é um evento promovido pela Contag (Confederação dos Trabalhadores da Agricultura) e reúne mulheres e diversos movimentos sociais ligados ao campo.

Em frente ao palco montado na entrada do Estádio Nacional Mané Garrincha, uma faixa de pelo menos quatro metros e comprimento e dois de largura trazia uma frase de apoio à presidente Dilma. "Força Dilma: em defesa da democracia". O evento, que neste ano tem sido visto como um ato de apoio à presidente Dilma e ao PT, foi patrocinado pela estatal Itaipu Binacional e pelo BNDES, também estatal.

Lula culpa EUA por crise e chama tucanos de "sorrateiros"
O ex-presidente aproveitou o discurso para criticar, novamente, a oposição ao governo Dilma. Ele responsabilizou a crise financeira nos Estados Unidos e na Europa de 2008 pela crise econômica vivida pelo Brasil.

"Nós não vivemos o momento mais extraordinário do nosso país. Vivemos um momento de dificuldades. Que não é uma dificuldade da presidenta Dilma. Não é uma dificuldade de nenhuma de vocês. É daquelas dificuldades que a gente não sabe quem criou. A única coisa que nós sabemos é que não foi o povo trabalhador que criou a crise econômica mundial", afirmou o ex-presidente.

Ao falar da oposição, Lula disse que, quando assumiu a Presidência da República, o país estava "quebrado".

"Eu sei que tem algumas pessoas que tentam jogar a responsabilidade na presidente Dilma. Algumas pessoas tentam dizer que ela é que é a culpada. Essas mesmas pessoas que agora se apresentam como se tivessem soluções para os problemas do mundo se esqueceram que quando eu cheguei na Presidência da República, esse país estava quebrado. Ele dependia do FMI", criticou o ex-presidente.

No final de seu discurso, o cabo do microfone que Lula usava se soltou e fez com que ele interrompesse seu discurso. O problema foi mote para novas críticas à oposição, dessa vez endereçadas ao PSDB.

"Eu não sei se vocês viram, mas eu vi um tucano passando aqui embaixo e puxando esse microfone. Então vocês tomem cuidado quando vocês forem falar, porque os bichos são sorrateiros", disse.

Deputados e senadores petistas participaram do ato de abertura da Marcha das Margaridas, entre eles Humberto Costa (PT-PE) e Lindberg Farias (PT-RJ). Entre os ministros presentes, estavam Élder Barbalho (Pesca), Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência), Carlos Gabas (Previdência), Eleonora Menicucci (Secretaria de Políticas para as Mulheres), Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário), Arthur Chioro (Saúde) e Izabela Teixeira (Meio Ambiente).

Fonte: UOL

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