A cada dia, em média, o Interior, exceto municípios da Região Metropolitana, registrou 72 furtos ou crimes violentos contra o patrimônio (CVP) no mês de julho. Em todo o Ceará foram 299 roubos e furtos por dia. Os dados foram divulgados nesta semana pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Os maiores índices estão concentrados na região metropolitana, mas a população do Interior está preocupada. Enquanto as demais regiões têm mais roubos que furtos, o Interior, proporcionalmente, é quem apresenta mais esse Crime Violento Contra o Patrimônio, como são caracterizados os furtos.
Em julho, foram registrados 834 roubos e 1.423 furtos no Interior. A relação é inversa da encontrada em Fortaleza e Região Metropolitana, onde há mais roubos que furtos.
Em Quixadá, o anúncio da estatística divide atenção com o último assalto registrado na cidade, o ataque a uma loja de eletroeletrônicos em Quixadá, de onde um trio roubou 23 telefones celulares.
Alguns até acreditam que esses dados devem ser ainda maiores. Uma parcela das vítimas prefere não ir até a delegacia registrar a ocorrência.
Na avaliação do radialista Cleumio Pinto, o número de assaltos cresceu e continua constante porque agora os aparelhos portáteis de comunicação tem sido o principal alvo dos criminosos. "É moeda de troca para quem é viciado em drogas".
Estrutura e apoio
Tanto a Polícia Militar como a Polícia Civil agem e até conseguem recuperar parte dos celulares, mas muitas vítimas não colaboram. Para a delegada regional da Polícia Civil, Anna Claudia Nery, apesar do Governo do Estado se esforçar em dar um melhor aparato às forças de segurança, o número de policiais não é suficiente para garantir a segurança de toda a população. "A sociedade tem que ficar atenta e não se arriscar. Quem não toma os cuidados deve pelo menos seguir até a delegacia e registrar a ocorrência. O registro do B.O. É fundamental para o planejamento de ações ostensivas", afirma.
Acerca dos roubos frequentes de celulares, a delegada ressaltou que atualmente, a maioria acontece por encomenda. O destino é geralmente os presidiários da cadeia pública da cidade. Semanalmente, a direção da unidade penitenciária do Estado entrega na delegacia de 10 a 15 aparelhos, que são arremessados para dentro do pátio do presídio. O roubo de motocicletas vem logo em seguida.
"Áreas isoladas com várias estradas carroçáveis interligando municípios e outras localidades facilitam a fuga e a criminalidade", observa o delegado regional de Polícia Civil de Iguatu, Luiz Gonzaga. "A Polícia tem dificuldades de deslocamento, é distante das delegacias e dos destacamentos". Quem percorre as localidades rurais logo percebe essa triste realidade. Há exceções, mas na maioria dos sítios todos têm relatos, lembranças de que algum vizinho, conhecido, já foi vítima de assalto. A melhoria de renda das famílias permitiu aquisição de bens (veículos, smartphones) e a instalação de mercadinhos, lojas de confecções, perfumaria e presentes na zona rural. Isso despertou a atenção dos ladrões e assaltantes.
Cariri
Uma realidade preocupante e que se reflete em Juazeiro do Norte, a principal cidade da região do Cariri. Somente nesta terça-feira (11), dois casos foram registrados num ínterim de apenas seis horas. Crimes que, "em sua grande maioria, são cometidos com auxílio de motocicletas", conforme explicou o Major Paulo Hermann, Comandante do 2º BPM de Juazeiro do Norte. Para inibir tais práticas, a Polícia Militar tem agido em diversas frentes, uma delas, a realização de blitz, em parceria com o Departamento Municipal de Trânsito (Demutran).
ALEX PIMENTEL
COLABORADOR E SUCURSAIS
Fonte: Diário do Nordeste
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