Por que gostamos tanto de comida?

Ah, a comida! Todo mundo precisa de comida para sobreviver, mas por que continuamos procurando novas maneiras de preparar pratos cada vez mais diferentes e saborosos?

Os hábitos alimentares dos seres humanos têm causado grandes mudanças evolutivas no corpo. O biólogo evolucionista da Universidade de New South Wales, Darren Curnoe, explica que cozinhar é uma atividade totalmente enraizada em nossa existência. “Somos a única espécie que cultiva e cozinha os alimentos”.

Cozinhamos - e não é de hoje. Bem antes da agricultura, que data de 10 mil anos atrás, já existiam registros de cozimento de alimentos. Cozinhar deu uma vantagem enorme ao nossos ancestrais em relação as outras espécies afinal os alimentos ficavam livres de bactérias e parasitas mortais, além de facilitar a mastigação e digestão. “Sem cozinhar, muitos vegetais têm pouca utilidade nutricional. A batata, por exemplo, simplesmente não pode ser digerida”, diz Curnoe.

Mudanças corporais
Essa evolução de acordo com a alimentação permitiu, inclusive, cérebros maiores e mandíbulas menores. Nosso aparelho digestivo também mudou. O estômago humano é praticamente do mesmo tamanho do estômago de chimpanzés, mas os intestinos delgado e grosso são diferentes - nesse caso, temos o delgado maior e o grosso menor.

Isso porque alimentos ricos em amido (como a batata que, de novo, só é digerida corretamente ao ser cozida) nos permitem comer muito menos do que os macacos, explica Curnoe. “Um chimpanzé não sobreviveria na selva com apenas três refeições por dia”.

Por que a refeição se tornou social?
Nossas cidades cresceram a partir da agricultura. E as pessoas foram se tornando especialistas em algum tipo de alimento - daí surgiram os padeiros, cozinheiros e chefs. O mercado e a economia também cresceram através da agricultura (quem cultivava milho trocava com quem cultivava tomate, e assim sucessivamente). No início das sociedades, as pessoas se reuniam levando suas especialidades, ou o que estava disponível em seu cultivo. Afinal, faz muito mais sentido compartilhar um pouco de cada alimento com o seu vizinho do que passar a vida toda comendo só batatas, sem inúmeros ingredientes essenciais.

Se hoje nós juntamos a família para cozinhar é por uma questão totalmente sociológica. “A alimentação é o centro das nossas celebrações e a usamos para socializar. Nossa espécie, mais do que qualquer outra, transformou a comida em algo especial”, finaliza Curnoe.

Fonte: Galileu (Via IFLS)

Curta nossa página no Facebook



Nenhum comentário:

Postar um comentário

AddThis