Indústria reduz produção de 7 em cada 10 produtos

Com estoques elevados, consumo menor das famílias, crédito mais caro e confiança em baixa, a indústria reduziu a produção em sete de cada dez produtos em abril, na comparação ao mesmo mês de 2014.

O IBGE acompanha 805 produtos que saem das fábricas brasileiras. Desse total, 70,1% tiveram uma produção menor em abril, informou o instituto na manhã desta terça-feira (2).

A última vez em que menos da metade dos produtos acompanhados teve queda de produção foi em fevereiro do ano passado (42,4%).

A situação é ainda pior em bens de consumo duráveis (como automóveis e eletrodomésticos), com 80% dos produtos pesquisados em queda.

A produção de automóveis recuou 15,5% em comparação ao mesmo período do ano passado, com 90% dos produtos em queda. A de eletrodomésticos caiu 23,9%

Além da piora do crédito e do orçamento mais restrito das famílias, o desempenho do grupo está relacionado à retirada dos incentivos de IPI nos automóveis e da linha branca.

Com um desempenho tão ruim, a produção da indústria teve uma queda de 7,6% em abril, na comparação ao mesmo mês do ano passado. Foi a 14ª queda consecutiva, mais longa sequência da série histórica, de 2002.

Do resultado chama a atenção a intensificação das perdas de bens de consumo semi e não duráveis –produtos relacionados ao consumo das famílias brasileiras, como alimentos e bebidas.

"São segmentos mais sensíveis à deterioração do consumo das famílias. E isso afeta segmentos industriais que vinham tendo comportamento distinto o total da indústria", disse André Macedo, do IBGE.

Os bens de consumo semi e não duráveis tiveram em abril a sexta queda consecutiva, com perda de 9,3% frente ao mesmo mês de 2014. Foi uma baixa mais intensa que a de 3% de março.

"O menor acréscimo na renda real e fatores como comprometimento da renda e preços mais altos justificam a perda de ritmo mais intenso [dos bens de consumo semi e não duráveis]", disse Macedo.

Na sexta-feira (29), o PIB (Produto Interno Bruto) mostrou uma queda de 1,5% do consumo das famílias no primeiro trimestre deste ano, em comparação aos três últimos meses do ano passado.

Fonte: Folha.com

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